Assistimos nos dias de hoje a uma verdadeira profusão de falsas notícias, notadamente em redes e mídias sociais. Através delas, as pessoas atuam como verdadeiros disseminadores de boatos ou notícias tendenciosas, sem atentar para o fato de que “uma mentira repetida várias vezes se torna verdade”—frase atribuída ao gênio da propaganda nazista, Joseph Goebbels. Notícias falsas ou tendenciosas podem abalar mercados—a exemplo dos supostos resultados atribuídos às empresas do empresário Eike Batista, cujos números não correspondiam à realidade e ludibriaram diversos investidores—ou sociedades, como no caso das descobertas iniciais relacionadas ao vírus da AIDS, dando conta de que os homossexuais seriam responsáveis pela proliferação do vírus, desequilibrando estruturas criadas para assegurar o equilíbrio de instituições. Com o advento das redes e mídias sociais, aliado ao uso de dispositivos móveis de comunicação (celulares e aplicativos de mensagens instantâneas), os efeitos daquela falsa disseminação são sentidos de forma mais rápida e mais efetiva, em razão da capacidade de penetração que esse tipo de mídia tem na sociedade, tornando o problema mais grave ainda. Por outro lado, verificamos a avidez com que determinadas pessoas propagam notícias trágicas, com o nítido propósito de fomentar o caos, por pura maldade, incapazes de antever as consequências de seus atos em função do baixo senso de coletividade e de solidariedade da hodierna sociedade. Nesse contexto, defende-se a criminalização da geração ou propagação de notícias falsas , com a aplicação de penas que fortaleçam o espírito de solidariedade e de civismo , como a prestação de serviços à comunidade. Multas também devem ser impostas aos infratores em decorrência do seu poder dissuasório-pedagógico. A criação de um órgão governamental responsável por identificar e catalogar as falsas notícias também seria bem-vinda, pois poderia atuar de modo a impedir sua a rápida transmissão, minimizando seus efeitos.