Donald Trump nomeia Kanye West como vice presidente. Crianças são sequestradas em São Paulo para tráfico de órgãos. Barack Obama é o fundador do estado Islâmico. Mudar, manipular, deslegitimar. Nomeado de hoax, o termo é usado para determinar boatos e mentiras que, recentemente, circulam na internet. “A verdade é uma espécie de mentira bem pregada que ninguém desconfia”. Essa é uma famosa frase da boneca de pano Emília, personagem de Monteiro Lobato e que, devido a últimos acontecimentos, segue a lógica do termo “pós-verdade” – elegido como a palavra do ano pelo Dicionário Oxford. De acordo com um professor de mídia e comunicação em Londres, as ameaças das notícias falsas está na sua capacidade de espalhar sentimentos populistas e transformar a opinião pública. Vivemos, atualmente, em uma sociedade que está 24 horas conectada. Entretanto, cada vez mais, informações falsas proliferadas pelas redes sociais acabam saindo do mundo virtual, destruindo reputações e levando, em caos mais graves, a agressões e mortes. Em 2014 uma mulher foi espancada até a morte devido a um boato de que sequestrava crianças para realizar rituais de magia negra. Em 2016 um homem teve sua foto compartilhada com a informação falsa de que ele seria estuprador e sequestrador. Em uma realidade conturbada, 2016 será lembrado como o ano em que ganhou força a fantasia de boatos, mentiras e teorias de conspiração. Segundo a revista Carta Capital, em uma reportagem com relatores da ONU, já foi notificado a preocupação que essa nova onda de notícias falsas representa, pois incitam a violência, discriminação e hostilidade. Em vista disso, a primeira atitude a ser tomada, é a adoção de campanhas- seja pelo governo Federal, por empresas ou jornais – que estimulem a população a apurar as informações antes de compartilhá-las. Além do comprometimento das redes sociais – facebook, twitter, google – a combater tais rumores. Contudo, o melhor caminho pra tal, não é na censura dos boatos, mas sim no combate das notícias falsas com informações de qualidade.