Com o advento da cibernética e dos avanços informacionais tecnológicos, os espaços de interação social têm se tornado cada vez mais comprimíveis e intangíveis em se tratando da velocidade no campo da comunicabilidade. Nesse panorama de amplo acesso e difusão de notícias, a migração de lendas e boatos para a rede tem se apresentado de forma assaz e recorrente sem aparentar um motivo ou finalidade crítica considerável. Assim, com a socialização da Internet e com a propagação dos hoax é pertinente elencar suas prerrogativas na disseminação em massa, além das inferências na sociedade para a moldagem de métodos de advertência e de entendimento do fenômeno tecnológico. Mitos, lendas e ficção sempre fizeram parte do imaginário cultural e humanitário ao permear as transformações sociais e científicas. Nesse contexto, os boatos, antigamente difundidos no "boca-a-boca" atualmente usufruem do poder popular e multilateral da rede de computadores e da Internet para ganharem uma extraordinária força de reprodução. Somando-se a este fato, as tecnologias intelectuais relacionadas à informática estão trazendo à tona uma modalidade de pensamento eminentemente desterritorializado, na qual gera uma liberdade de publicações, inclusão, modificação e envio de mensagens, contexto fomentador de problemas em relação à veracidade, à garantia do respeito à qualidade de informação. Diante dessa conjuntura, é primordial frente à notícia uma análise objetiva, imparcial e crítica em relação ao remetente, ao conteúdo e à comprovação da fidedignidade do fato para a recepção de notícias e informações complementadoras do senso crítico da sociedade. Como brilhantemente analisou Pierre Lévy em seu renomado livro "cibercultura", a comunicação por métodos virtuais é envolto pela interatividade, está interação social abre espaços para diferentes maneiras de acessar informações, também torna possível a propagação de lendas e mitos. Nesse contexto de imediatismo e barateamento das trocas de informações e de apropriação e personalização da mensagem recebida, falsas histórias geralmente com teor sensacionalista tomam dimensões de circulação imensuráveis com o objetivo de iludir ou alarmar a sociedade. Assim, os hoax tomam formas de alertas de vírus, correntes e apelo a solidariedade da população, garantindo a repercussão a um elevado número de pessoas com a finalidade principal de obtenção dos emails utilizados no envio de mensagens não-solicitadas em massa, os spammers. Em decorrência do repasse indiscriminados desses hoax, gera-se um sentimento de aborrecimento e transtornos pela crença em notícias falsas e sua consequente divulgação, assim, é viável a análise de e-mails, correntes em tons de alarde e urgência e mensagens ilógicas com a filtragem de informações a fim de acrescentar no conhecimento social. Verifica-se, portanto, como um fenômeno prejudicial à sociedade a divulgação de hoax. Nesse panorama, é necessário primordialmente a ação ativa da população na posse de uma postura incrédula, imparcial e crítica quanto à mensagens de veracidade incomprovada por meio do incentivo de propagandas midiáticas à pesquisa do conhecimento comprovatório para um combate à disseminação de notícias falsas mais eficaz e duradouro. Além disso, as instituições federais devem investir financeiramente em pólos tecnológicos de ensino para a criação de plataformas e de aplicativos indicadores de mensagens e emails sem remetente confiável. Por conseguinte, os educandários devem instigar o pensamento crítico na análise de informações com o intuito de formação de cidadãos comprometidos com a verdade. Ao proceder desse modo, o Brasil garantirá progresso social e desenvolvimento tecnológico com equidade e confiabilidade aos cidadãos.