Título da redação:

Ídolo do mercado

Tema de redação: "Hoax", notícias falsas e suas implicações em sociedades

Redação enviada em 02/11/2017

Durante a 2ª Guerra Mundial, Hitler utilizava-se de propagandas fraudulentas para ludibriar a população alemã quanto ao que acontecia nos campos de concentração, mostrando-os como lugares de trabalho justo. No século XXI, as notícias falsas ainda são realidade e, mesmo que existam medidas que visem à sua extinção, são cada vez mais difundidas, gerando não só manipulação, mas também a violência indiscriminada. Em primeiro plano, essa propagação de mentiras ataca principalmente o funcionamento da sociedade. Ao ferir o direito constitucional do cidadão à informação, coloca as decisões das pessoas em risco - a exemplo do Golpe de Estado dado por Getúlio Vargas, que se utilizou de uma ameaça inexistente, o Plano Cohen, com o intuito de conseguir apoio da população. Ademais, pode vir a incitar até o homicídio, como o caso relatado pela Globo do assassinato de Fabiane Maria de Jesus, consequência de uma inverdade disseminada em uma página do Facebook: a de que, supostamente, a vítima sequestrava crianças para usá-las em rituais de magia negra. Embora Estados proponham soluções para a problemática, elas mostram-se ineficientes, visto que são criticadas pela censura imposta. O argumento é que não pode ser utilizada em democracias, já que põe à mercê de grupos governamentais o direito de julgar a liberdade de expressão, o que levaria ao posicionamento autoritário. Isso é o que alegou, por exemplo, o grupo Repórteres Sem Fronteiras, RSF, ante a acusação de Donald Trump de que a CNN publicou informações inventadas. Segundo o secretário-geral da RSF, “a alegada luta contra as notícias falsas converteu-se em ferramenta de propaganda para os predadores da imprensa”. Logo, fica claro que os países não podem agir sozinhos no combate ao revés. Depreende-se, portanto, que esse ídolo do mercado – teoria de Bacon, cuja declaração é que as distorções no discurso impedem os povos de conhecer a verdade - tem que ser criticado e extinto. Para que as pessoas sejam alertadas, é imprescindível que órgãos do campo da educação promovam palestras, ministradas por especialistas, sobre o perigo da propagação de um boato. Por fim, as mídias e os governos devem fazer uma parceria na fiscalização, objetivando a criação de novos métodos de identificação do fenômeno, vide o feito pelo Facebook, em 2017, ao criar uma página instrutiva de reconhecimento de fraudes.