Karl Marx acerta, ao afirmar que é preciso modificar o mundo. Um olhar em direção a realidade confirma que viver em sociedade significa estabelecer propósitos que sejam coletivos, ou seja, não se pode repassar informações sem legitimidade, sabendo da capacidade de afetar parte da sociedade. Nessa perspectiva, torna-se fundamental compreender que o compartilhamento de mentiras e boatos na internet gera uma falta de crédito e de crença, quando se espalham notícias verdadeiras. É fato que essa ideia requer, primeiramente, um estudo acerca da origem das informações falsas e qual a intenção de quem as propaga. Toda essa argumentação sustenta-se na ideia de que vários setores de notícias falsas lucram com a venda de anúncios de acordo com sua audiência. Dessa forma, percebe-se que durante a turbulência política de 2016, foi uma “era de ouro” da audiência digital, da qual o setor de notícias falsas se beneficiou à larga. Outra razão fundamental para consolidação esse tipo de pensamento é o fato de, de acordo com a pesquisa da Universidade de Stanford, a maioria dos alunos do ensino fundamental à faculdade é incapaz de diferenciar notícias produzidas por fontes confiáveis de anúncios ou informações falsas. É lamentável, contudo, constatar que as pessoas estão preocupadas com as vantagens financeiras acima de tudo, notando os agravantes da sociedade. Logo, deve-se reconstruir a ideia de que os interesses econômicos são mais importantes que os valores da sociedade. Fica claro, portanto, a necessidade de que o Estado junto ao Ministério da Educação estabeleçam como meta implantar uma “alfabetização mediática” nos ensinos fundamental e médio, a fim de oferecer aos estudantes noções sobre como detectar argumentos fraudulentos. Além disso, é imprescindível focar na descoberta e penalização de sites de informações falsas, com o propósito de diminuir e eliminar esses sites que embaralham verdade e mentira. Só assim será possível promover uma mudança significativa na confiança da sociedade quanto à recepção de informações.