A pós-verdade caracteriza um cenário no qual a veracidade das informações importa menos que seu fator apelativo. A explosão das notícias falsas, principalmente no ambiente virtual, tem obtido grande impacto social, tanto que "pós-verdade" foi eleita a palavra do ano de 2016 pela Universidade de Oxford. Mentiras sempre estiveram presentes na sociedade, entretanto, com a facilidade propiciada pela internet, sobretudo nas redes sociais, somada ao despreparo da população, sua propagação foi exacerbada. Com o advento da globalização, cujo ápice foi a internet, o número de informação que chega à população é gigantesca e sua legitimidade nem sempre é garantida. Devido a fluidez e abundância do mundo digital, seus usuários vão rapidamente de manchete para manchete, não tendo tempo para conferir sua veracidade e, assim, simplesmente aceitam tudo o que leem. Dessa forma, a propagação de inverdades foi demasiadamente facilitada já que sua credibilidade deixou de ser um fator essencial. A disseminação de notícias falsas tornou-se um importante instrumento de manipulação da opinião pública. Diante do fato de que 72% da população se informa pelas redes sociais - dados da Microsoft - é evidente seu potencial influenciador. O maior exemplo disso ocorreu durante a campanha eleitoral americana, na qual o aumento expressivo do volume de mentiras compartilhadas na internet nesse período (segundo relatório do site "BuzzFeed") foi decisivo para o resultado eleitoral. O fenômeno atual reflete o despreparo da sociedade em filtrar informações. Devido o efeito prejudicial da era da "pós-verdade", é necessário preparar o população para evitá-la. Primeiramente, torna-se crucial que sejam realizadas campanhas de conscientização pelos grandes jornais e pelo governo, incentivando as pessoas a duvidarem do que leem e procurarem informação confiável, não só pelas redes sociais. É também fundamental que tais redes criem mecanismos de combate à propagação de falácias, com sua eliminação e punição para aqueles que a criam.