No documentário “lixo extraordinário”, o artista plástico Vik Muniz utiliza resíduos sólidos para compor trabalhos artísticos, além disso o longa-metragem discute sobre os problemas ambientais e sociais causados pelo excesso de lixo produzido na contemporaneidade. Nessa perspectiva, é fundamental perceber que o atual padrão de consumo está diretamente relacionado a maior produção de resíduos da história da humanidade, consequentemente, devastando o meio ambiente. Dessa forma, discutir maneiras de minimizar os impactos é uma questão primordial, sendo elas por meio da educação e de políticas públicas. Na animação “história das coisas”, mostra que o consumismo mantém a cadeia produtiva sempre funcionando e gerando lucro que é um dos objetivos do sistema capitalista. O grande problema, porém, é que o meio ambiente sofre todos os impactos dessa produção desenfreada. Nesse contexto, a reciclagem é de suma importância, porque permite que o capitalismo continue funcionando, mas sem extinguir os ecossistemas. Sendo assim, matérias como os plásticos e eletrônicos devem ser priorizados, pois demoram anos para serem decompostos, com o agravante da sua bioacumulação à toda cadeia alimentar, logo o ser humano como topo da cadeia será o maior afetado. É elementar que se leve em consideração, ainda, que mesmo existindo uma Política Nacional de Resíduos Sólidos, lei federal de 2010, o Brasil pouco tem realizado no tratamento e destinação correta do lixo. Dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública de Resíduos Especiais, mostra cerca de 60% dos municípios destinam os resíduos sólidos em locais impróprios. Dentre esses espaços estão os lixões, que tinha o prazo até 2014 para encerrar as atividades, porém não foram cumpridas. Esses ambientes afetam o lençol freático com o chorume gerado pela decomposição, mas também é uma forma de renda para famílias carentes que vivem da reciclagem dos materiais colhidos, assim como mostrados em “lixo extraordinário”. Por conseguinte, é essencial apontar que a gestão de resíduos sólidos é uma cooperação entre sociedade e governo. Por isso, a escola tem papel central na educação dos futuros cidadãos. Sendo assim, cabe a escola discutir de forma crítica sobre a temática dentro das disciplinas de geografia e sociologia, mostrando por meio de filmes e livros como os resíduos sólidos impactam a natureza e vida social, formando assim cidadãos mais conscientes e preocupados com o futuro. Ainda assim, o Ministério do Meio ambiente pode fazer parcerias com empresas privadas, por meio de redução de impostos para as empresas que investirem no tratamento dos resíduos, ademais podem separar os materiais recicláveis e entregar a cooperativas ampliando a reciclagem. Somente com educação e uma dinâmica de reaproveitamento é que o lixo vai deixar de ser visto como um problema, mas sim uma solução extraordinária, assim como no documentário.