Na série “Sob pressão”, o protagonista – um cirurgião atuante em hospitais públicos decadentes – enfrenta diariamente problemas no que se refere às mazelas da saúde pública brasileira. Nesse ínterim ele exige, de maneira constante, mudanças e medidas da administração e do Governo. Similarmente, é necessário que se reivindique, fora das telas, melhorias na saúde pública do Brasil. Precipuamente, é evidente a conjuntura deprimente do âmbito da saúde brasileira. Assim sendo, hospitais lotados e escassez de equipamentos, bem como profissionais desumanos e ineficientes, são uns dos muitos problemas encarados por quem depende do serviço estatal. No entanto, a situação da saúde atualmente já é melhor que aquela anterior à reforma sanitária de Oswaldo Cruz na República Velha, uma vez que já houve avanços significativos nesse setor. Destarte, do mesmo modo que, naquele período, as denúncias artísticas dos pré-modernistas foram cruciais para as melhorias ocorridas, campanhas midiáticas hoje podem ser úteis para cobrar atitudes do Governo no que tange aos impasses atuais. Outrossim, a negligência governamental também se configura como um agravante ao cenário inaceitável da saúde no país. Isto porque, por mais que os altos impostos cobrados da população sejam teoricamente também destinados à saúde, o descaso e a falta de investimentos e de políticas públicas inviabilizam a adequada utilização dos tributos. Nesse sentido, conforme dados da Organização Mundial de Saúde, apenas 47,5% dos gastos com saúde no Brasil são pagos pelo Governo, o que, certamente, poderia ser otimizado com a eficaz fiscalização dos impostos. Portanto, uma forma de buscar medidas do Estado é exigir a correta destinação tributária no Brasil. Logo, ações são necessárias para atender às reivindicações e, consequentemente, melhorar a configuração atual da saúde brasileira. Cabe, desse modo, ao Governo Federal destinar uma maior parte dos impostos ao Ministério da Saúde, para que esse possa utilizá-los de forma adequada, por meio de investimentos em hospitais de qualidade e postos de atendimento à família, além da realização de melhorias estruturais e administrativas nos já em funcionamento, pois só dessa forma o Brasil conseguirá superar de vez as mazelas análogas àquelas do Pré-modernismo.