Ao editar a lei 8080 de 1990, Lei Orgânica da Saúde, o governo federal se comprometia, principalmente, com as populações carentes e negligenciadas do Brasil. Contudo, os problemas enfrentados diariamente pelos cidadãos, como desvio de verbas públicas, faturamento excessivo no valor de produtos, escassez de profissionais e medicamentos e outras questões, tornou e ainda torna - quase 30 anos depois da criação da lei acima -, a busca por saúde pública digna, uma árdua labuta. Com isso, construir estratégias que reivindiquem melhorias nesse organismo estrutural, é dever de todos os brasileiros. Segundo a Constituição Federal de 1988, "todos são iguais perante a lei" e " a todos é garantido saúde e educação gratuitas". Apesar dessas seguridades, é contraditório os serviços não pagos disponibilizados rotineiramente aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Portanto, essa discrepância contribui para aumentar as desigualdades sociais nesse país. Possuindo uma baixa taxa de retorno de impostos em políticas de saúde, se comparado com outros países que também dispõem de "SUS", como a Noruega, no Brasil pouco se é comprometido com igualdade e eficiência no serviço de saúde fornecido aos cidadãos. Com isso, fica evidente a necessidade de organização popular, estabelecendo entidades estruturadas na sociedade, voltadas para questões de saúde pública, responsáveis por solucionar litígios existentes nos diferentes locais de atendimento ao paciente e que ministrem palestras sobre direitos e garantias no SUS. Pois, o trabalho esclarecedor permite o amadurecimento aos usuários desse sistema, construindo pessoas bem informadas, que lutam para saúde como direito humano e não como privilégio.