Em amplo sentido, possibilismo é o nome moderno para as ideias já antigas do Geógrafo Vidal de La Blache, segundo o qual o homem modifica negativamente o meio em que habita, como se observa na ausência do estimulo ao esporte como ferramenta na diminuição das desigualdades sociais, no Brasil. Em primeira instância, analisada unicamente como positiva à saúde, as práticas desportivas podem associar-se também ao aumento de oportunidades de educação e no desestimulo do tráfico de drogas, furtos e criminalidade em geral. A priori, de acordo com a física newtoniana, toda ação possui uma reação de igual intensidade. Com fundamento no física clássico, o fato das instituições de ensino particulares, norte-americanas, fornecerem bolsas de estudo para indivíduos carentes que realizem algum espore em nome da instituição, obteve como resultado o aumento de oportunidades de emprego para os mesmos, devido à uma boa formação profissional. Em virtude disso, dados fornecidos Instituto de Estatística de Harvard, publicados no site da universidade, apontam que 5% dos universitários americanos possuem bolsas esportivas, número expressivo se comparado ao 1%, no ano 2000. Ou seja, a prática de financiamento estudantil associado ao esporte mostra-se eficiente no combate às disparidades educacionais e deve ser aplicada na realidade brasileira. A posteriori, segundo o filósofo Arthur Schopenhauer: “O homem tende a formar sua opinião de acordo com a realidade que o cerca”, dessa forma, pode-se inferir que, embora o senso comum relacione a criminalidade somente à má índole do infrator, outro viés deve ser abordado: A ausência de perspectivas de crescimento social que assola os moradores de zonas afastadas dos grandes centros urbanos e a viabilidade fornecida pelo esporte, por meio de projetos sociais que tragam a interação entre pessoas, com possibilidades profissionalizantes, haja vista notícia veiculada pelo Jornal Cultura, que demonstrou um grupo de adolescentes da favela do Vidigal, no Rio de Janeiro, retirados do submundo do crime e reintegrados na sociedade por meio das artes marciais. Isto é, o esporte também é pode ser utilizado na dissociação entre jovens e crimes, mostrando-os uma perspectiva de crescimento que não seja ilícito. Dessa forma, é nítido que a utilização das práticas esportivas como ferramenta de diminuição de desigualdades sociais são medidas positivas, entretanto, não estimuladas no Brasil. Sendo assim, é dever do Estado financiar bolsas de estudo em instituições de ensino privadas, como ocorre nos EUA, para jovens carentes que pratiquem algum desporto em nome da universidade ou escola, possibilitando a educação de qualidade ultrapassar a barreira financeiras e integrar os menos favorecidos no mercado de trabalho. Afinal, segundo Kant: “O homem é aquilo que a educação faz dele”.