Título da redação:

Democratizando o bem-estar

Tema de redação: Esporte no Brasil: ferramenta de inclusão social ou meritocracia excludente?

Redação enviada em 16/09/2015

Esportes podem ser classificados de diversas formas, e, uma delas, é a divisão entre os competitivos e os cooperativos. No primeiro caso, estão incluídos esportes que tem como objetivo principal promover a disputa direta entre os participantes, no segundo, existem equipes que só terão bom desempenho caso seus integrantes sejam coesos, organizados e, por vezes, estratégicos. Em ambos os casos, no entanto, os desportistas precisam de um grau de habilidade que só terão facilidade para desenvolver, as pessoas com esta capacidade inata. Dessa forma, esportes parecem ter uma dilema em questão: ou ensinam a trabalhar em equipe ou dividem por mérito. É possível deduzir, então, que os esportes têm maior poder segregando que unindo, mas não é tão simples. Primeiro, porque práticas esportivas mostram-se as maiores aliadas na inclusão de deficientes físicos e mentais. Estes, antes sentindo-se diferentes de todo o mundo, encontram lugar entre seus semelhantes, compartilhando dificuldades e experiências e aprendendo juntos. Em segundo lugar, a habilidade natural de uns, comparada à inaptidão de outros, evidencia uma característica indissociável da espécie humana - ou de qualquer ser vivo: A diversidade. Assim, quando descobrem seus pontos fracos, pessoas tendem a saber trabalhar melhor com eles, e, quando uns percebem ser mais hábeis que outros, se instruídos corretamente, vão aprender a respeitar a dificuldade alheia. Prova disso são os valores compartilhados em artes marciais como capoeira e judô. Entende-se, então, que o valor do esporte não está só nas melhoras à saúde do indivíduo que o pratica, mas também nos valores aprendidos dentro de um jogo com regras e nas oportunidades abertas, não só para deficientes, mas também dentro de comunidades carentes e subúrbios. Entretanto, um importante instrumento educador, a escola, passa longe do gosto dos mais jovens. Assim sendo, o ensino poderia promover atividades escolares mescladas com jogos e esportes, assim como o governo e ONGs deveriam criar mais centros que trouxessem estas atividades, visto que muitas vezes a dificuldade de acesso é o maior empecilho aos jovens que querem começar um desporto. Dessa forma, pode haver uma democratização do bem-estar físico, mental e social.