É incontestável que o esporte transformou-se em uma ferramenta de grande relevância à formação cidadã dos indivíduos em uma nação, uma vez que promove diversos benefícios aos seus praticantes e à sociedade, o qual se destaca a inclusão social. Todavia, quando se observa a ineficiência governamental nesse âmbito, nota-se que parte significativa da população brasileira não possui acesso a uma estrutura adequada para a aquisição de tais benefícios. Nesse sentido, convém analisar as causas e consequências dessa problemática. Em primeira análise, cabe pontuar que a prática esportiva fortalece os laços de cidadania em uma nação, visto que possui o poder de atenuar a exclusão e proporcionar a ascensão social de pessoas que se encontram em situação de vulnerabilidade. Uma prova viva disso é o nadador brasileiro Daniel Dias, nada menos que o maior medalhista paraolímpico da natação de todos os tempos, que, por meio do esporte, superou o preconceito e tornou-se um exemplo para a sociedade brasileira. Desse modo, nota-se que o esporte é indispensável quando o assunto é tornar efetiva a cidadania no país. Ademais, convém frisar que, apesar de todos os benefícios supracitados, a falta de investimento estatal nesse setor representa um empecilho à democratização das práticas esportivas e, consequentemente, do pleno exercício da cidadania por parte da sociedade, haja vista que, em virtude da falta de uma infraestrutura adequada à implementação de tais práticas, muitos jovens brasileiros não possuem a oportunidade de utilizar o esporte em sua formação cidadã, fato esse que, em muitos casos, pode levar o cidadão a seguir o caminho da transgressão, dado que o respeito às regras e ao próximo também são benefícios que podem ser adquiridos mediante o esporte. Comprova-se tal diligência governamental em dados publicados pelo Inep, em que é possível notar que apenas 26,8% das escolas públicas do 1º ao 9º ano possuem quadras de esportes. Dessa forma, infere-se que há a necessidade de se criar políticas públicas que mudem essa realidade. Destarte, indubitavelmente, medidas são necessárias para mitigar esse problema. Para isso, é imprescindível que o Ministério dos Esportes crie projetos que visem democratizar o acesso ao esporte no país, por intermédio de parcerias com empresas privadas para a aquisição de materiais necessários à construção de centros poliesportivos em localidades carentes de áreas específicas às praticas esportivas e, para mais, por meio de recursos públicos, se possível, construir quadras de esportes nas 74,2% das instituições públicas de ensino que ainda não possuem, com o propósito de que o tecido social, enfim, possa adquirir os benefícios proporcionados pelo esporte e, então, superar os empecilhos que impedem a plena formação cidadã de grande parte da sociedade brasileira.