No que se refere à neutralidade e limites do processo educativo, é possível afirmar que o papel da escola se enquadra na lição da moral explícita e no conhecimento específico. Isso se evidencia não apenas por caber família os ensinamentos éticos e comportamentais, mas também pela participação exclusiva do Estado na regulamentação, organização e fiscalização das tipificações legais. Segundo Immanuel Kant, o ser humano é aquilo que a educação faz dele. Dessa forma, cabe ao tutor a premissa dos ensinamentos éticos desse indivíduo, enquanto estiver sob seus cuidados, já que, o ECA (Estatuto da criança e do adolescente) profere que o responsável legal responde plenamente pelos atos do seu tutelado. Além disso, o indivíduo, na maioria das vezes, tem a oportunidade de reflexão somente no período da formação escolar, visto que, fora dele, é limitado à secularidade do trabalho e descanso. Desse modo, é evidente o importante papel da escola, representante do Estado, na formação da moral e do conhecimento científico do cidadão, de forma a não entrar em choque com ensinamentos éticos preconizados pela família, por meio de seus pais e responsáveis. O Estado deve, portanto, regulamentar, de forma explícita, o cabe à escola, qual seja, o ensinamento das regras legais que norteiam a sociedade e dos conhecimentos científicos e aos responsáveis a transmissão dos valores éticos, utilizando-se do poder judiciário, afim de que sejam formados cidadãos livres de partidarismos e com conhecimento suficiente para decidir suas ações enquanto participante da sociedade.