Título da redação:

o desastre do conservantismo

Proposta: "Escola Sem Partido" e os rumos da educação no Brasil

Redação enviada em 26/07/2016

Devido à proposta do “Escola sem partido”, muito está sendo discutido acerca dos rumos da educação no Brasil, pois as medidas sugeridas pelo projeto designa mudanças radicais, e até mesmo repressivas, na dinâmica de sala de aula sob o pretexto de que o formato atual estaria propiciando controle e manipulação por parte dos professores sob as ideologias dos estudantes. É importante pontuar, de início, que o objetivo de neutralização ideológico, além de ser ilusório por não ser possível haver completa neutralidade, já que o humano é um ser pensante e singular, consequentemente, formador de opiniões particulares; também é uma meta contraditória, uma vez que apenas as concepções dos responsáveis dos alunos serão permitidas e incluídas na educação dos mesmos, manipulando-os à seguir as mesmas ideias dos pais. De modo que o jovem é privado do pluralismo e tem sua capacidade individual de discernimento crítico desmerecida e pouco exercitada durante sua formação pedagógica, uma vez que não terá contato com opiniões distintas às suas, tornando desnecessário o esforço de construção de pensamento lógico para defender seus argumentos, ou até mesmo conhecer novas perspectivas. É essencial ressaltar, ainda, que o projeto denota repressão contra os professores, haja vista que o mesmo poderá sofrer punições caso proponha qualquer debate que fuja da cartilha do “Escola sem partido”, trazendo, inevitavelmente, o peso da censura de volta à realidade brasileira. Nesse sentido, é válido mencionar que um dos tópicos proibidos desse projeto extremamente conservador, é a sexualidade e a ideologia de gênero, compactuando, assim, para a perpetuação do preconceito, causados pela falta de informação, direcionados à cidadãos homossexuais e transgêneros. Tal proibição provém do argumento de que o ato de discutir sobre a variedade de gênero causará tendência à padrões de conduta sexual, porém, é um pretexto sem fundamentos, tendo em vista que sexualidade não é uma característica que pode ser desenvolvida. Por fim, fica evidente que o projeto é retrógrado e pode causar danos no desenvolvimento crítico do jovem, como também favorece a continuidade do preconceito, logo, a educação no Brasil seguirá um rumo negativo caso o projeto seja aprovado. Portanto, seria importante que ONGs idealizassem campanhas que expusessem os ônus desta proposta de lei, em conjunto com a mídia para repassar propagandas conscientizadoras em âmbito nacional. Ademais, os pais deverão, através do bom senso, perceber a diferença entre oferecer orientação de valores de forma saudável aos filhos e imposição das próprias convicções neles. Talvez assim, fique claro para a sociedade a falta de sentido do projeto e o rumo da educação brasileira pode ser salvo do desastre do conservantismo.