Título da redação:

Neutros ou calados

Proposta: "Escola Sem Partido" e os rumos da educação no Brasil

Redação enviada em 30/06/2016

Inércia é um conceito físico, enunciado pela primeira lei de Newton, onde um corpo, se não sofrer ação de alguma força externa, manterá eternamente seu movimento. Esse conceito pode ser aplicado, mais do que em uma visão científica, mas na vida pessoal de cada humano. Nascemos com uma essência má por natureza, como vai enunciar o filósofo Thomas Hobbes, se não formos moldados com um padrão julgado correto, transformaremos a sociedade em um palco de guerra. Somos então, ensinados em nossas casas e nos últimos séculos, nos colégios, porém, muitas vezes os ensinos entram em conflito, dando autoridade demais a um ou desvalorizando o trabalho de outro. Assim como cada pai, cada professor tem sua visão de mundo sobre os assuntos que são abordados perante os filhos/alunos, que inevitavelmente influenciarão o modo como apresentará ao pequenino a situação a se tratar, por vezes tirando-o o da inércia do senso comum e fazendo-o refletir, por outras jogando-o para dentro de conceitos ideológicos e partidários. Certo que é perigoso influenciar em demasiado um jovem a um lado demais, é necessário que se busque um lugar onde professores, pais e alunos possam sair da inércia, sem ofender a tradição e a ciência verdadeira. Dessa vertente, nasceu um projeto mais extremista, que visa tirar completamente a influência de opinião do mestre da sala de aula, tornando a escola um lugar "neutro". O projeto transparece algo de boa fé, porém, sem a visão correta dos problemas, o aluno perderá o real conteúdo apresentado, mostrando-o, mas sem mostrar causas e motivações do mesmo. Seria como tratar a União Soviética sem mostrar os absurdos feitos pelas ideologias socialistas e comunistas, tratar do golpe militar no Brasil sem abordar a perseguição aos mesmos ideais, falar de filosofia sem considerar a mentalidade e conceitos dos autores, seria como um suco de fruta, onde só há a água do conteúdo, sem o gosto e nutrição da polpa dos acontecimentos. É necessário achar um meio termo, onde os professores não vertam seus conceitos ininterruptamente , os pais estejam abertos a mudanças, e os alunos a ouvirem ambos e construírem sua visão de mundo, honrando pais e mestres. É possível estabelecer um, novo projeto de lei, onde os professores seriam instruídos a abordar toda e qualquer matéria considerada polêmica mostrando o lado a favor e o contra, o progressista e o conservador, deixando aberta ao aluno a escolha do que lhe parecer mais correto ou sadio. Mantendo de pé a moral antiga, mostrando o certo e o errado, e olhando progressivamente sobre como tal conceito pode ser aplicado hoje ou excluído da sociedade. Esse seria o contrato social que Hobbes iria propor, onde abririamos mão da guerra pelo certo ao pessoal e olharíamos com a ótica do nosso próximo, chegando a um conceito mútuo, construindo um modelo educacional e social revolucionário para o mundo, mostrando que o Brasil também é um polo educacional.