Título da redação:

Mordaças nunca mais

Tema de redação: "Escola Sem Partido" e os rumos da educação no Brasil

Redação enviada em 17/06/2016

No Estado de Alagoas foi aprovada, recentemente, a Lei da "Escola Livre", cujo nome foi dado pelo próprio criador. Ao contrário do que parece, tal lei evidencia o avanço das ideias facistas no país, atacando, inclusive, a escola. Nessa perspectiva, reflexões sobre os rumos da escola brasileira tornam-se necessárias Ao analisar os impactos que a "Lei da Escola Livre" causa no sistema educacional do país, é impossível não lembrar dos anos ditatoriais, quando o corpo docente estava sob o fascismo e autoritarismo pregados pelo AI-5, vetando o direito de livre expressão dos docentes em exercício no país. A lei é tão contraditória, quanto seu desenvolvedor. Na falácia de tornar os alunos livres da doutrinação de ideias políticas, culturais e religiosas únicas, é feito o uso novamente das "mordaças ditatoriais". Em suma, que ideias restariam para os discentes acatarem, senão a ideologia governista dos materiais didáticos públicos? Quanta ironia. A doutrinação nunca esteve tão presente. A escola, berço da democracia, da reflexão e dos princípios éticos, tem sido atacada por ideias facistas, que querem fazer desta célula da sociedade, instrumento para propagação de seus ideais e perpetuação da alienação social. Contudo, a escola é agente da transformação social, da diversidade de ideias, da criticidade. Assim, entende-se que a escola não cumprirá sua função social com "mordaças" na boca daqueles que fazem dela um lugar propício para o aprendizado e construção do saber, os professores; nem muito menos com a produção de jovens e adolescentes acríticos, carentes da dialética defendida por Platão, que consistia na fusão de ideias e na síntese destas, aproveitando o melhor de ambas, promovendo então, o pluralismo racional. A partir disso, é preciso que a escola seja livre sim, mas das " leis das mordaças", defensoras dos ideais monárquicos e do silêncio dos intelectuais. O país pode ser livre das leis do silêncio com o cancelamento de tais leis pelo poder Legislativo brasileiro. Além disso, deve-se preservar a escola como um lugar construção de pensamento e princípios éticos, para que dessa forma, os novos rumos da educação brasileira seja em direção à razão, ao pluralismo de ideias, e não à repressão, ao autoritarismo. Nessa perspectiva, o país terá escolas e uma educação de Pátria que verdadeiramente Educa.