A sala de aula se transformará em um espaço sem discussão, reflexão ou consciência crítica com o projeto de lei 193/2016 que apresenta diversas proibições de cunho ideológico, moral, político, partidário, opinativo etc. O professor em seu mister não tem possibilidade de desvincular suas colocações das suas experiências e concepção de mundo. O professor é um profissional que lida com uma missão especial: levar o conhecimento. Destarte o conhecimento adquirido e internalizado ao ser exteriorizado leva particularidades da cada um, visto que é uma característica intrínseca a condição de professor. E por isso, como definir um limite de neutralidade na prática no ensino em sala de aula? Essa exigência é sem duvida inconveniente e invasiva, pois invade a liberdade que necessariamente pertence ao professor e ofusca a nossa própria pretensão de atingir uma sociedade instruída, preparada e consciente. A base da consciência crítica e reflexão devem ser trabalhadas já na fase no ensino Fundamental e Médio, e o corpo docente é o ícone desse processo de levar ao conhecimento, ajudando a compreensão, reflexão e discernimento das diversas realidades sociais. Como também, É uma consideração audaciosa desse projeto supor que o professor pode se portar como usurpador dos direitos dos pais, tendo em vista que é uma questão de apresentação de ideias, experiências, preparação, não imposição. Limitar ou reprimir a liberdade de como o professor conduz o processo de aprendizagem referende a opiniões, concepções, ideologias, moralidade, as correntes políticas e partidárias é um tanto regredir no que se deseja alcançar do aperfeiçoamento educacional. Na sociedade que vivemos, o professor ainda é um dos melhores exemplo, mentor, mestre e norteador, não podemos acreditar que esse programa, Escola Sem Partido, seja proveitoso na formação do caráter, consciência crítica e reflexiva. Dessa forma para resolver sobre a conveniência do projeto 193/2016, vários alunos dessa fase escolar deveriam ser chamados a colaborar por meio de uma redação expondo seu ponto de vista, relatando se sente invadido ou manipulado no seu direito de opinião, ideologia, moral, político ou partidário por imposição de algum professor.