Título da redação:

Escola só com meu partido

Tema de redação: "Escola Sem Partido" e os rumos da educação no Brasil

Redação enviada em 22/07/2016

Não é segredo de Estado a atual situação em que se encontra a educação brasileira: salários baixos, desvios de verbas, roubo de merendas etc. A lista é enorme e cresce constantemente. Eis que surge um projeto de lei que visa não a resolução desses, mas sim a teórica "neutralidade em sala de aula". Este, tem por finalidade acabar com a "doutrinação" dos alunos ao levar à Justiça o professor que não tiver as condutas adequadas. Em outras palavras: engordar ainda mais a lista de problemas tanto na educação quanto no Judiciário já saturado. Os idealizadores do projeto, o ESP(Escola Sem Partido), dizem-se apartidários e afirma que há atualmente uma doutrinação esquerdista nas escolas.Contraditoriamente, pesquisa feita em 2014 aponta uma afinidade maior para com ideais de direita(45%) do que de esquerda(35%). No mais, recebem intenso apoio do MBL(Movimento Brasil Livre, grupo de ideologia liberal expoente das manifestações pró-impeachment)e suas reivindicações inspiraram 19 deputados(federais e estaduais)de partidos de Centro-direita como PMDB e PSDB a lançarem projetos parecidos. A chamada "doutrinação" seria o pano de fundo perfeito para catalisar a crescente direita brasileira. Ademais, uma de suas pautas inclui a restrição de discussões acerca de sexualidade e gênero, com a justificativa de os pais que devem se encarregar, não a escola.Muito disso se justifica por motivos religiosos,(não é à toa que 11 dos 19 deputados citados há pouco são vinculados a igreja) o que fere a Constituição ao passar por cima do Estado Laico e vai totalmente na contramão de países super desenvolvidos como Suécia e Nova Zelândia, onde há essa discussão a partir dos 7 anos. Assim, faz-se necessário, portanto, que haja não uma restrição, mas sim um incentivo aos debates. Para isso, os governos estaduais hão de orientar os professores de ensino médio, espelhando-se nas orientações que são dadas aos corretores ENEM,a instigarem discussões entre os alunos sem promover ódio e dicotomia. Além disso,outra medida seria a de ONGs como a Associação Vagalume que apoiam a formação e mobilização social promoverem projetos que aproximassem pais e professores, incentivando assim o diálogo caso haja desentendimentos ao passo que desafogaria o Judiciário.