Existe um movimento chamado “Escola sem partido”, criado em 2004, que defende um “ensino neutro”. A ideia é que os professores sejam apenas fonte de conteúdo científico, ficando proibida a discussão de outros assuntos em sala de aula para evitar interferência nos valores ensinados pelos pais. Esse projeto, se for implementdo, prejudicará a educação brasileira, pois acabará com a discussão em sala de aula, que fomenta o pensamento crítico dos estudandes e a sociedade ficará aquém dos valores de pais que podem ser extremamente introlerântes (por exemplo, homofóbicos). O professor é essencial para passar conhecimento científico aos alunos, mas para formação completa de um indivíduo é preciso desenvolver outros aspectos igualmente importantes como a habilidade de argumentação e a formação de opinião e uma das maneiras de desenvolvê-los é trazer a discussão para dentro da sala de aula. O papel dos pais também é essencial, pois são eles quem ensinam os primeiros valores. Entretanto, muitos vezes os progenitores têm opiniões formadas e não estão aberos para conversar sobre certos assuntos, dessa forma o jovem não discute em casa, nem em aula, acaba tendo conhecimento de poucos pontos de vista e muitas vezes não tem opiniões fortes sobre nada; esse jovem provavelmente vai apenas reproduzir a opinião dos pais. Fato que é bastante preocupante. Se, por exemplo, um pai ensina ao seu filho que o certo é ridicularizar ou até mesmo machucar homossexuais, esse é um pensamento homofóbico e que fere os direitos humanos. Ainda assim, a escola está proibida de abrir discussões como as desse tipo, para mostrar ao aluno que todos os seres humanos tem o direito de ser e fazer o que quiserem em termos cívicos e sociais, sem serem ridicularizados por suas opções sexuais, ou pela cor da pela, ou pelo sexo. É por isso que considero bastante preocupante deixar os jovens aquém das ideologias dos seus pais, pois infelizmente nem sempre elas estão corretas. E é preciso estudar e entender que existem diferentes formas de pensar, e cada indivíduo pode escolher a sua, respeitando sempre os direitos humanos. Dessa forma, sou contra a ideologia da “Escola sem partido”, pois privar professores da sua liberdade de expressão e os próprios alunos de discutirem e aprenderem é uma afronta aos direitos humanos. É claro que a doutrinação de qualquer conteúdo, por parte do professor, como por exemplo doutrinar que a teoria Marxista é a melhor, é errado, mas discutir sobre a teoria Marxista e a teoria do liberalismo econômico é valido, pois permite aos alunos conhecer diferentes ideologias e criarem suas próprias opiniões.