Título da redação:

Escola sem Ensino

Proposta: "Escola Sem Partido" e os rumos da educação no Brasil

Redação enviada em 20/06/2016

Não pode-se ignorar, de fato, a influência que mestres e professores têm sobre seus alunos. A reverência pelo filósofo Aristóteles e por muitas de suas errôneas ideias estagnaram a ciência por séculos, como exemplo. Há, entretanto, de se ter cuidado com as ideias que visam frear tal coibição, e nesse sentido, cabe analisar no Brasil os aspectos científicos e sociais de propostas educacionais como “Escola Sem Partido”. Primeiramente, uma das bandeiras propostas é a de definir que os conhecimentos transmitidos não possam divergir do que é visto como correto pelos pais dos alunos. Contudo, impedir que teorias e fatos consolidados sejam apresentados como verdades tornam o ensino escolar insustentável, uma vez que este se baseia nestes conhecimentos. Há, de fato, a necessidade de se manter certo nível de imparcialidade política e ideológica, porém dados históricos e científicos não podem ser tidos como meras opiniões e excluídos das salas de aula. A exemplo, não há como se deixar de explicar a teoria da evolução porque possam existir preceitos religiosos discordantes, ao custo de se impedir um ensino científico de qualidade. Ademais, ignorando a inviabilidade dessa proposta, cabe analisar as consequências sociais de um ensino pautado na decisão dos pais. A educação brasileira já é precária, visto que quase 70% da população é considerada analfabeta funcional. Propostas, então, de uma mudança no ensino são necessárias, contudo devem seguir um modelo construtivista, como analisado pela psicóloga Emilia Ferreiro e não, uma escolha pessoal do que deve ser ensinado. Deve-se ensinar os alunos a ponderar sobre novas informações e a construir visões pessoais sobre os fatos, eles próprios. Afinal, impedi-los de criar uma visão crítica seria uma manutenção da alienação já existente hoje. Mostra-se claro, portanto, que a as consequências de se cercear a liberdade dos professores perpassam a esfera da qualidade do que é ensinado e alcançam a sociedade brasileira como um todo. Para que estas propostas não prevaleçam, é necessário ter atenção a nova proposta de ensino básico do Governo Federal feita em 2015 e ainda em discussão. É necessário que, por pressão popular e de ONGS e iniciativa própria do Poder Executivo, haja um foco construtivista nas novas diretrizes, além de coibir estas ideias arcaicas que enfraquecem o ensino científico. Cabe também à mídia divulgar essa proposta ao povo, uma vez que hoje poucos sabem da mesma e, portanto, ainda não há voz popular nas decisões. Dessa forma, a educação brasileira se aprimorará e as escolas não se tornarão “Escolas sem Ensino”.