Desde a Ditadura, na qual a grade curricular das escolas públicas foi alterada, diminuindo-se a carga horária de matérias formativas do pensamento crítico, como a Filosofia, percebe-se a preocupação com uma suposta neutralidade das escolas brasileiras. No entanto, o ataque persistente à educação do país, causado pela crise social que o Brasil herdou do Golpe Militar, afeta diretamente a formação dos indivíduos que serão o futuro do país. Nesse sentido, a restrição almejada pelo projeto, Escola Sem Partido, é produto da falta de senso crítico social. Haja vista que, os membros do Poder Legislativo são o espelho da sociedade. Evidencia-se então, o tradicionalismo da população brasileira, somado ao autoritarismo familiar que enxergam as escolas como instrumento de coerção, onde qualquer método que estimule o olhar crítico dos jovens perante a comunidade deve ser combatido. Destarte, a censura autoritária tem graves consequências para os estudantes brasileiros, como a alienação política e cultural. Outrossim, o maior prejudicado com a aprovação da proposta supracitada é o progresso nacional, uma vez que discussões sociopolíticas, em âmbito escolar, são essenciais para a formação de cidadãos politizados e engajados culturalmente. Segundo Paulo Freire, se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda. Logo, essa medida é uma agressão à Constituição Federal, pois é fundamentada na intolerância política e ameaça o desenvolvimento científico e moral da nação, e deve ser repensada. Portanto, a educação brasileira não é neutra, esse discurso leva ao retrocesso. Sendo assim, o primeiro a agir contra essa proposta de lei é o Congresso Nacional, vetando a sua aprovação, a fim de assegurar os Direitos Fundamentais à educação e liberdade. Paralelo à luta de classes sociais, como os professores, contra esse autoritarismo, por meio de greves e manifestações, para demonstrar que o caminho a ser trilhado é o da tolerância e conhecimento.