Título da redação:

Caminho sem saída

Proposta: "Escola Sem Partido" e os rumos da educação no Brasil

Redação enviada em 16/10/2016

O projeto Escola Sem Partido (ESP) é uma proposta de mudança na educação brasileira que visa a imparcialidade dos educadores e impedir o debate de assuntos vistos como "tabus" nas escolas brasileiras. Ou seja, política e debates de gênero seriam proibidos de serem discutidos em sala de aula. Os professores, no entanto, acusam o programa de ser uma censura e que a imparcialidade não existe. Seria o ESP o melhor caminho a se seguir? Primeiramente, para Max Weber, sociólogo alemão do século XVIII, a imparcialidade não existe. Para ele, uma vez que, na sociologia, ao se fazer o estudo de uma determinada parte da sociedade, necessariamente, faz-se uma escolha da área a ser estudada e ela reflete a identidade do autor, logo, não há imparcialidade, pois, a própria escolha não é imparcial. O mesmo se aplica ao ESP que, ao pedir imparcialidade nas escolas, reflete o pensamento conservador de seus autores e se torna parcial. Além disso, a educação é fundamental no desenvolvimento do ser humano e, parafraseando Immanuel Kant, "O ser é o que a educação o torna". Assim, ao impedir as discussões de temas tão importantes na sociedade atual, aumenta-se a influência dessa sociedade tão preconceituosa na qual vivemos no desenvolvimento da criança que, sem a escola, fica totalmente indefesa contra esse pensamento tão retrógrado. Assim sendo, torna-se evidente que o ESP não é o melhor caminho para ajudar a educação brasileira e representa mais uma educação censurada que uma educação emancipatória. É necessário, portanto, que as escolas e o Estado ampliem os currículos escolares com mais autores de ideologias diferentes, de forma a evitar a doutrinação. Ademais, é imprescindível que o poder executivo como um todo melhore a qualidade e a infraestrutura das escolas para garantir uma ótima educação e, por último, as escolas devem promover debates sobre os ditos "tabus", a fim de que, quando os alunos se tornarem cidadãos, possam mudar nossa sociedade tão atrasada.