O projeto “Escola sem Partido” alega ter como objetivo o fim da doutrinação da esquerda, mas seu real objetivo é o fim do debate no ambiente escolar e a alienação dos alunos. Muitos cobram o papel da escola na formação do indivíduo, mas com o fim dos questionamentos e reflexões levantadas pelos professores, ela passará apenas a contribuir para a formação acadêmica e não mais para a formação de um cidadão. Criado para “proteger” os alunos da imposição de ideias de professores, o projeto busca silenciar debates essenciais como a Igualdade de Gênero, e perpetuar culturas qual a do estupro e permanecer em uma sociedade machista e misógina. O debate escolar deve ser fomentado por diferentes perspectivas, possibilitando ao aluno não permanecer alienado em uma verdade absoluta pregada pelos próprios pais, mídia e igreja. A formação de alunos conscientes e instruídos resultará em cidadãos autônomos, com senso crítico e capazes de modificar a realidade em que estão inseridos. Se o projeto for aprovado, além de proibir a discussão de diversos tópicos, o próximo passo será retirar da matriz curricular das escolas conteúdos que contestem religiões e ideais de pais e políticos da direita, como a Teoria da Evolução proposta por Charles Darwin. Assim como a Santa Inquisição foi criada para condenar os contrários aos dogmas católicos na Idade Média, esse projeto foi criado para silenciar discussões cruciais para a sociedade e alarmante para a direita. Sendo assim, vê-se a necessidade de uma reforma educacional, permitindo aos professores a liberdade de iniciar debates em suas aulas, além de investir em infraestrutura e a valorização dos educadores. Cabe aos pais, se não concordarem com os professores, estimular o debate em casa e mostrar suas perspectivas. Debater é o primeiro passo para formar cidadãos capazes de entender e respeitar diferentes pontos de vista.