Tema: “Escola sem partido” e os rumos da educação no Brasil Título: A mordaça nos professores O professor não é educador? O movimento chamado de “Escola sem partido” apesar de ter surgido em 2004, somente agora tem ganhado mais visibilidade. Este movimento defende que temas como: sexualidade, igualdade de gênero, religião, política, preconceito sejam discutidos ou debatidos apenas no seio familiar. Desta forma, cabe ao professor, apenas a tarefa de ensinar aos alunos os conteúdos didáticos de cada disciplina. Percebe-se, no entanto, que a nobre função de educador, sempre exercida pelo professor, deixará de existir, pois estará proibido, ficando tal tarefa, exercida exclusivamente pelos pais. Na verdade, o movimento está reeditando o ato institucional nº5 , que suspendeu os direitos constitucionais dos cidadãos durante a ditadura militar. É importante salientar que no regime democrático, o debate é livre e necessário para qualquer tema a ser abordado. Entretanto, a escola ou o professor não deve é impor,aos alunos, ideologias. Segundo o Dr. Leandro Karnal, o intelectual brasileiro mais importante na atualidade, o movimento proposto está menosprezando a inteligência e a capacidade dos alunos, uma vez que eles têm vontade própria. Assim, não será por que o professor defende determinado pensamento que os alunos, como cordeiros, vão concordar com a posição do professor. Karnal, enfatiza em entrevista no programa Roda Viva, que os alunos de hoje são inteligentes e capazes de formularem, com clareza, suas vontades, opiniões e conceitos. Portanto, uma escola onde não se pode debater é uma escola absolutamente antidemocrática e sem função educativa.Assim, este movimento é inoportuno e não traz elementos que possam melhorar o rumo da educação no país. Todavia, os temas polêmicos tais como religião, sexualidade, preconceito, igualdade de gênero, ideologia política, drogas devem sim ser debatidos e discutidos de forma ampla e transparente seja nas escolas ou no âmbito familiar. O que não se deve fazer é as escolas ou professores fixarem posição impondo aos alunos as suas ideologias. O professor tem na sua formação acadêmica, disciplinas que exigem dele comportamentos ético e didático no exercício da profissão. Agora, colocar cartazes dentro das salas de aulas, dizendo o que o professor pode ou não falar é , no mínimo, desrespeito à formação acadêmica, ética e moral do professor.