Título da redação:

A míope necessidade de implantação do "Ensino Livre"

Tema de redação: "Escola Sem Partido" e os rumos da educação no Brasil

Redação enviada em 25/06/2016

Proibido abordagem sobre sexualidade e diversidade de gêneros. Impedimento de debates quanto à realidade e fatos. A sobreposição do criacionismo à ciência. Início à ditadura informacional e de pensamento. O projeto “Escola sem partido” traduz-se em um fundamentalismo vão e é constituído de capacidade deturpante à potencialidade das instituições de ensinar e gerar consciência de cidadania. Nesse sentido, o progresso é incerto. A princípio, tal proposta não demonstra legitimidade. Embasada em profundas contradições o esquema defende a liberdade ideológica pautando-se na proibição. Os seguidores desse ideal argumentam haver nos ginásios a doutrinação política esquerdista e por isso a necessidade em não discutir o regime estatal nos locais, em contrapartida a situação contemporânea brasileira demonstra um avanço direitista. Outro ponto, o mesmo programa alega ser indevido o esclarecimento de orientações sexuais nas salas de aula, porém o contexto nacional denota o extremo preconceito aos homoafetivos. Com isso, a leviandade caracteriza esse plano. O mecanismo desenvolvimentista das escolas, por outro lado, diverge do pretendido. Seguindo a proposta, os professores deveriam apenas expor o conteúdo e seriam impedidos de qualquer esclarecimento que ultrapassasse os livros. Dessa maneira, a apresentação pura das matérias configuraria uma imposição de conhecimento, pois não permitiria a discussão e a discordância imprescindíveis na construção de pensamentos autônomos e críticos. Assim, o mecanismo capaz de silenciar a manipulação e de conceber o avanço social, uma vez que é exercido por educadores com conhecimento acadêmico e pedagógico, vai de encontro ao “ensino livre”. Mostra-se preciso, portanto, a rediscussão do ilógico modelo reivindicado. Para isso, cabe ao Ministério da Educação proibir a aplicabilidade desse complexo através de uma lei que negue qualquer censura à metodologia do profissional de educação contribuinte ao desenvolvimento da população, a fim de assegurar o conhecimento democrático. As escolas devem, também, iniciar eventos colaborativos entre docentes e estudantes de debates quanto a acontecimentos do país, de maneira a contribuir para uma juventude crítica independente. O ensino é condição para emancipação.