A escola é o ambiente onde o aluno é apresentado a uma pluralidade de ideias, tanto científicas quanto sociais, que constroem principalmente a noção de direitos humanos e cidadania. Devido à sociedade ser heterogênea, é esperado dos alunos a manifestação de ideias contrárias ao padrão de ensino, já que a vivência fora do ambiente escolar é individual. É nessa instância que espera-se a abertura do diálogo, sobre supervisão do professor, para a manifestação dos pensamentos conflituosos, porque é fundamental para o entendimento do conteúdo que haja uma interpretação própria e uma de grupo, mais ampla e portanto convergente, do assunto. Essa visão de grupo caracteriza-se pela defesa do bem comum, em detrimento do individualismo, porque considera o conjunto de opiniões da micro sociedade que é a sala de aula. Por conseguinte, defender o fim das discussões em sala é fragilizar o desenvolvimento da retórica dos estudantes. Além de embasar-se na ideia equivocada de que o conhecimento científico pode ser separado dos valores da sociedade, desconsiderando-se que o mesmo foi construído inserido em um período social e muitas vezes implica em conflitos com a ética contemporânea, como por exemplo a manipulação genética. Portanto, depende do professor permitir a discussão e a crítica em sua aula, podendo manifestar opinião própria, se acreditar que há espaço e tempo para o aprofundamento da matéria deste modo. Já os pais são livres para educar seus filhos segundo suas crenças e fornecer argumentos para a manutenção das mesmas, se não causarem conflito aos diretos civis dos outros cidadãos. Por fim, Estado deve validar as relações do contrato social e garantir a livre expressão de opinião no âmbito social.