Segundo dados do IBGE, em 15 anos o Brasil se tornará um país constituído, sobretudo de vovôs e vovós. O envelhecimento da população tem se acentuado cada vez mais, tanto que em 2055, a presença de idosos ultrapassará a de jovens e crianças. Tal cenário implica não somente nas relações modernas de família, mas também na qualidade de vida e participação profissional dos idosos. Ainda no final do século XX, o número de filhos das famílias era crescente, não apenas pela ausência de métodos contraceptivos, mas também porque a extensão destas, para a maioria da sociedade da época, determinava sua estabilidade. No entanto, entre a diversidade de famílias atual, há maciço planejamento de vida. Enquanto umas almejam um futuro à longuíssimo prazo, tardando sua ampliação, outras sequer desejam ter filhos. Nesse contexto, a população envelhece, com representação majoritária e ultrapassa a juventude. Contudo, o destaque dos aposentados resulta em desafios para sua qualidade de vida. O sistema previdenciário é pressionado a atender as garantias do idoso, o que decerto não assegura estabilidade, tampouco condições dignas de sobrevivência. Dessa forma, o mercado de trabalho - seletivo e diminuto para tal grupo - passou a valorizar a experiência profissional do cabelo esbranquiçado, garantindo-lhes melhores condições de vida - saudável e íntegra. Evidencia-se, portanto, a necessidade de ações estruturais por parte do governo que visem a manutenção de fundos do INSS de maneira justa e digna, através de reajuste obrigatório, garantidor de estabilidade financeira e qualidade de vida, distribuído como dever de um país cuja população em envelhecimento se acentua, para não mais em condições medíocres. Assim, aos poucos, os vovôs e vovós brasileiros não terão que enfrentar tantos desafios futuros.