Título da redação:

Redação sem título.

Proposta: Ensino sobre gênero e diversidade sexual nas escolas: necessidade ou doutrinação?

Redação enviada em 02/04/2017

Na sociedade vigente, muito se debate sobre a inclusão do ensino de gênero e diversidade nas escolas. Apesar de atacada pelo setor conservador, a temática é necessária e instigadora, visto que amplia a ideia comum de gênero, desconstruindo os papéis ligados ao sexo. Da mesma forma, o tema apresenta o respeito às diferenças como primordial na formação ideológica do cidadão. Por muito tempo os conceitos de sexo e gênero foram ensinados como sinônimos. Consequentemente, até os dias atuais, esse pensamento ainda se mantém na sociedade. Todavia, hoje se sabe que o gênero resulta das construções sociais e culturais e não é resultado da natureza humana. Desta maneira, quando este conceito é desassociado da formação identitária, os indivíduos que não se encaixam na classificação binária - homem ou mulher - acabam por ser excluídos. Assim, em longo prazo, essa configuração ajuda a sustentar mazelas sociais como a homofobia. Sob esta óptica, a ideia de exclusão está diretamente ligada à construção histórica de uma orientação correta e natural e um sexo dominante. Ao longo do tempo, segundo Judith Butler, no livro Problemas de Gênero, a heterossexualidade é o gênero natural, enquanto os outros são distorções do original. Essa associação acaba deixando o diferente à margem da sociedade, porque não o reconhece como membro importante, bem como cria funções e condutas comportamentais ligadas ao sexo, como o trabalho ser para o homem e os afazeres domésticos, para a mulher. Sendo assim, quando as crianças conhecem gênero desta maneira, chagas como o machismo continuam presentes no corpo social. Portanto, o ensino de gênero e sexualidade ajuda a corromper males antigos que perduram até hoje, como a homofobia e o machismo. Contudo, para que o combate aconteça, os Gobernos Estaduais devem investir em campanhas e palestras nas comunidades sobre gênero e sua pluralidade, a fim de destituir velhos preconceitos. Atrelado a isso, a escola deve promover rodas de debates com finalidade de desmistificar sensos comuns e construir, a partir dos pequenos, uma sociedade mais tolerante.