Desde o período clássico, os gregos valorizavam a importância de haver debates acerca de temas políticos e sociais. Dessa forma, as dicotomias públicas eram elucidadas e contribuíam para o desenvolvimento intelectual dos cidadãos. Assim, essa prática se disseminou até os dias atuais e é fundamental para a vida democrática. Contudo, recentemente, foi proposto o ensino sobre gênero e diversidade sexual nas escolas brasileiras, o que originou receios de uma possível doutrinação e alavancou um sentimento preconceituoso por parte da população. No entanto, discutir essa temática é necessária para a formação de seres conscientes e tolerantes para viver de forma inclusiva com o próximo. As Instituições Sociais, segundo Max Weber, são fundamentais para a construção do caráter do indivíduo, sendo uma delas a Escola.Nesse sentido, é importante salientar que o âmbito escolar é caracterizado por ser um espaço democrático e isento de censuras, onde a realidade sobre os diferentes nichos do conhecimento devem ser explanados. Além disso, a Carta Magna brasileira estabelece que a educação é um direito universal. Diante disso, não seria hipocrisia o ensino sobre gênero e diversidade sexual ser barrado da grade escolar? Sob essa ótica, não discutir esse tema tão em voga na sociedade alimenta as raízes do machismo e da intolerância. Não obstante a isso, os seres que não se encaixam nos estereótipos da '' normalidade'' são, gradativamente, mais segregados e os transtornos psicológicos decorrentes dessas opressões aparecem com alta frequência. Assim, parafraseando Camões '' Mudam-se os tempos, mudam-se os comportamentos'', é necessário a sociedade compreender as mudanças e incentivar a educação sobre essa temática genealógica, visto que a escola não pode ser conivente com a reprodução da desigualdades e práticas intolerantes que estão presentes na sociedade. Diante dos fatos supracitados, o ensino sobre gênero e diversidade sexual é necessário, pois não se deve alimentar as futuras gerações com os mesmos padrões preconceituosos milenares. Portanto, o poder público necessita aprovar a prática desse ensino a fim de cumprir com o preceito estabelecido na Constituição Federal de 1988, a respeito da educação ampla e universal. Em segundo lugar, cabe às Instituições Sociais - Família e Escola- formar indivíduos aptos a conviver tangenciados pelas diferenças. E por último, porém não menos importante, os indivíduos não só devem ser tolerantes com a diversidade - pois é ela que ressalta a beleza da humanidade-, como também compreender e praticar a célebre frase Pitagórica '' É necessário educar as crianças para não punir os adultos''.