Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Ensino sobre gênero e diversidade sexual nas escolas: necessidade ou doutrinação?

Redação enviada em 04/03/2017

Inúmeras correntes sociológicas defendem que o conceito atrelado a palavra "gênero", se refere a um conjunto de ações e comportamentos que são configurados socialmente. Não obstante, há a permanência de grande desconhecimento dessa representação no campo social, uma vez que o avanço de conquistas associadas à expressão da liberdade sexual não foram acompanhadas pelo estabelecimento de discussões socioculturais no âmbito pedagógico.     Em primeira instância, é possível discorrer acerca da responsabilidade que a instituição escolar obtém no processo de formação do indivíduo enquanto cidadão. Nesse contexto, essa é destinada à constituição do habitus secundário deste, a medida que oferece continuidade aos preceitos previamente abordados pela família, conforme fora abordado pelo sociólogo Pierre Bordieu, no século XX. Sendo assim, a ausência de debates oferecidos em salas de aula prejudica veementemente o desenvolvimento da construção psicossocial de cada aluno, dificultando-o frente ao entendimento pleno de sua estruturação identitária.     Outrossim, está a presença de uma sociedade demarcada por um passado histórico colonizador e de caráter patriarcalista, na qual a família era reconhecida por meio da participação do homem como líder da base familial, enquanto a mulher era exclusivamente dedicada à procriação. Atualmente, apesar do progresso significativo a respeito da expressão de diferentes sexualidades e constituições familiares na sociedade contemporânea, há a manutenção de vasta influência da mentalidade conservadora no patamar social. Com isso, é possível inferir que o cenário brasileiro sofre com diversos desafios impostos de maneira secular à sua população, onde a existência de um sistema educacional defasado contribuí para o retrocesso de lutas públicas.    Torna-se evidente, portanto, que os impasses que permeiam a disseminação da diversidade sexual como temática abrangente e livre de pudores construídos no meio coletivo são embasados em uma sociedade que reflete o despreparo cultural para o reconhecimento das diferentes interpretações de gênero. Por isso, se faz necessária a atuação do Ministério da Educação em consonância a movimentos de cunho representativo, por meio de cartilhas e palestras que reflitam sobre a identificação social do sexo biológico. Dessa forma, viabiliza-se a desconstrução de tabus, fato que reitera a importância do diálogo nas salas de aula.