Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Ensino sobre gênero e diversidade sexual nas escolas: necessidade ou doutrinação?

Redação enviada em 27/11/2016

De acordo com Marx e Engels, a sociedade é construída a partir da luta de classes e baseando nisso, no século XXI, há a divergência entre o arcaísmo-patriarcal e o liberalismo-consciente no Brasil. Tendo em vista que, a necessidade de que haja o ensino sobre gênero e diversidade sexual nas escolas, é posta em xeque pelo mito de que com isso se estaria realizando não um processo de conscientização da sociedade, mas sim de doutrinação. A ação ativista e filosófica de Simone Beauvoir no século XX, não só inovou o pensamento coletivo da época como também foi precursora do desmonte do dualismo inflexível acerca do gêneros e, do hereditário patriarcalismo até então vigentes. No entanto, há ainda na contemporaneidade práticas de opressão, que na maioria das vezes são realizadas pelos jovens em âmbito escolar. Decerto, isso se deve ao fato de que a falta de conhecimento e a intolerância infundada de adolescentes, àqueles que destoam do "padrão sexual e comportamental", constroem o ideário de que esses são "seres inferiores". Sendo assim, é inegável a utilidade de se falar e se discutir sobre a diversidade sexual no país. Nesse contexto, a necessidade de abordagem dessa temática tem como desafio além da desinformação juvenil, a resistência de adesão por parte de membros das instituições de ensino. Logo que, ou a consideram irrelevante ou incoerente com a função primordial desempenhada pela escola. Entretanto, não se pode esquecer o quanto o déficit da educação sexual - responsabilidade social dos pais e principalmente das escolas, influência de forma direta nos casos de iniciação e gravidez precoce, além da difusão das doenças sexualmente sexuais entre os mais jovens. Dessa maneira, o crescimento da evasão, da repetência e do comportamento depressivo são, reflexos da falta de apoio aos alunos que divergem da errônea padronização sexual e de gêneros imposta socialmente. A intolerância juvenil e a resistência institucional são, portanto, fatores que inviabilizam o ensino sobre gêneros e diversidade sexual, necessário, no país. Com isso, é preciso que o Estado torne obrigatório a discussão desse assunto de forma gradual nas escolas, orientando-a de acordo com as etapas periódicas- séries, ao disponibilizar não só cartilhas aos alunos e aos professores, como também cursos aos docentes. Além, é claro, que as mídias sociais, tais como as redes de relacionamentos, criem fóruns de debates acerca desse tema, inibindo qualquer conduta preconceituosa. Sem dúvida, assim será possível que o dito de Simone, de que ser ou não homem ou mulher não deve se restringir ao fator biológico, mas sim estar fundamentado na realização pessoal; predomine no país associado ao respeito ao próximo.