Título da redação:

Herdeiros da pluralidade

Proposta: Ensino sobre gênero e diversidade sexual nas escolas: necessidade ou doutrinação?

Redação enviada em 23/12/2016

Segundo Émile Durkhiem, sociólogo estruturalista francês, “fator patológico” é aquele que prejudica o convívio social e destoa da “consciência coletiva”. Analogamente, na atual conjuntura, grandes são os percalços que permeiam a nossa sociedade, entre eles está a questão do ensino sobre gênero nas escolas, que muitas vezes limitam os alunos a dois campos sexuais, marginalizando os demais gêneros, que se encontram cada vez mais crescente no mundo contemporâneo. Essa ação, culmina na não identificação do aluno como cidadão e como pessoa, o que impede o autoconhecimento, agravando a evasão escolar ,somado a alienação dos demais que são fomentados a ter uma visão maniqueísta do mundo, resultando na violência sem quartel. Conforme escreveu Fernando Penna, professor da Universidade Federal Fluminense, “A base do processo educativo é pluralidade”, portanto, é imprescindível que os educadores trabalhem com uma educação similar a educação da civilização grega, que tinha caráter politizador e não se limitava ao campo acadêmico. É fundamental, que haja essa expansão nas mentes dos discentes de que existe um mundo heterogêneo, e há um grande ecótono sexual entre o gênero masculino e feminino, cujo o fito seja garantir a tolerância e o respeito de todos, pois segundo escreveu Einstein “uma mente dilatada nunca volta ao seu estado original”. O ensino nas escolas sobre gênero e diversidade sexual, ao contrário dos que muitos apregoam, não tem por finalidade persuadir um grupo sobre sua orientação sexual, porque em muitos casos ela já está formada e direcionada, mas ela deve ter por intuito criar um espaço de amparo para esses alunos, que muitas vezes não o tem em sua própria casa, além de gerar aceitação e conhecimento sobre o assunto aos demais. Essa educação deve propiciar o suporte social e reconhecimento de um individuo, frente aos seus gostos ou orientações, e consequentemente elucidar seu papel como cidadão. Logo, é “sine qua non” que exista uma educação referente a sexualidade nos âmbitos acadêmicos, no entanto, esse ensino deve ser inserindo com base em muito conhecimento dos docentes sobre o tema, não havendo espaço para discursos opressores baseados em religiões extremistas. O Governo Federal, juntamente com o SENAC ou outras instituições de ensino, poderia fornecer essas aulas de capacitação gratuita aos professores, para resultar no melhor espaço educacional para os alunos. É primordial a atuação de ONG’s como APAE (Associação de Pais e Amigos Excepcionais), que unidos às famílias desenvolvam mecanismos de diálogos tanto com a sociedade, por meio de projetos ou campanhas, como com as escolas regulares para que estas realizem palestras com psicólogos, pedagogos, grupos familiares, entre outros, e rodas de conversas com trocas de experiências objetivando a tolerância e aceitação. Para que então seja possível uma modificação social, porque uma sociedade só se organiza e se autodetermina quando cada cidadão influir nesse processo.