Título da redação:

Discutir para educar

Proposta: Ensino sobre gênero e diversidade sexual nas escolas: necessidade ou doutrinação?

Redação enviada em 28/06/2017

Enquanto o sexo se refere ao aspecto biológico, o conceito de gênero é o modo como o indivíduo enxerga a si próprio, baseado em suas experiências interiores e exteriores. No Brasil, a luta pelo reconhecimento constitucional das diversas vertentes de gênero, conhecidos com LGBTs (lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais), conflitam diretamente com o patriarcalismo histórico presente na sociedade, o qual impede e omite a discussão sobre igualdade de gênero nas escolas, dificultando a equidade de informação e educação para toda população. Essa falta de interesse das instituições (tanto escolar, quanto jurídica), sobre essa discussão é de certa forma um preconceito. Segundo o filósofo Iluminista Voltaire, “a dúvida e a discussão combatem o dogmatismo”. Ou seja, ao se colocar em pauta assuntos considerados como “tabu”, é atingido um patamar anti-doutrinação, abrindo caminhos para a solução de conflitos. Dessa forma, é possível inferir que discutir o assunto da diversidade de gênero nas escolas, pode confrontar e a diminuir a cultura do machismo e da homofobia presente na sociedade brasileira. Segundo a ONG “Transgender Europe” (TGEU), o Brasil é país que mais mata travestis e transexuais no mundo, sendo 604 mortes em seis anos. Dados demonstram que em 2011 houve um aumento de 166% nos casos de denúncia contra agressão à população LGBT, sendo que, a cada dia, cerca de 14 pessoas foram vítimas de violência homofóbica. Diante do exposto, é necessária a análise e discussão do problema nas instituições de ensino. Para isso, o Governo, por meio de ações sociais, crie palestras sobre o assunto, com comparecimento dos pais, a fim de trazer a tona o tema em uma roda de discussão. Também é válido, a partir das mídias nacionais, a transformação da diversidade sexual em algo mais natural, a partir de comerciais explicativos e a inserção do tema em novelas. Visa-se, assim, a possível construção de uma sociedade menos intolerante e mais politizada.