Título da redação:

Desconstruir para democratizar

Tema de redação: Ensino sobre gênero e diversidade sexual nas escolas: necessidade ou doutrinação?

Redação enviada em 06/06/2017

A escola tem o papel de socializar, introduzir conhecimento aos alunos e transmitir valores morais que os preparem para conviver em sociedade. Todavia, a escola vem postergando o ensino sobre gênero e diversidade sexual, em função do conservadorismo, assim, contribuindo para reprodução e permanência da intolerância, machismo e bullying na coletividade. Em primeiro lugar, a cultura machista está enraizada no corpo social ha seculos. A figura feminina é baseada na premissa de que as mulheres devem cuidar da casa e dos filhos primordialmente. Conforme o site IG, 90% das mulheres chegam a gastar 25 horas semanais do seu tempo para realizar as tarefas de casa e cuidar dos filhos sozinhas, enquanto aos homens esse número não chega a metade. Outrossim, o assédio e a violência contra mulher é uma prática constante, ocorrendo até mesmo dentro de casa, no qual o agressor inferioriza, desrespeita e agride a vítima. Dessa maneira, fica claro que o sexismo naturalizou-se em todas as instâncias na sociedade e que a comunicação da escolas sobre o tema é limitada , contribuindo para continuidade da marginalização feminina. Em segundo lugar, a comunidade LGBT, apesar de ter seus direitos reconhecidos pela lei recentemente e de a Constituição brasileira prever o acesso a educação democrática a todos, eles sofrem demasiadamente. A discriminação começa desde cedo, por exemplo, com a recusa da escola em adotar o nome social do aluno, por conseguinte, impera o bullying sobre ele baseado na sua orientação sexual, trejeitos etc, sofrendo xingamentos, ameaças e até agressões. Consequentemente, esse cenário de intolerância leva a exclusão social dos alunos afetados, a evasão escolar (que já corresponde a 37% da causa de abandono masculino das escolas segundo o IBGE ) e o suicídio. Dessa maneira, a abjeção da escola nessa problemática descumpre a lei de educação igualitária a todos. É necessário, portanto, uma educação básica que ensine sobre gênero e as ramificações sexuais, a fim de quebrar paradigmas tradicionais e promover o respeito e a tolerância. Logo, as escolas com professores bem instruídos devem pautar debates e reflexões sobre as desigualdades de gênero com contextos e fatos históricos que devem ser superados. Além disso, deve expor as multi ramificações de orientação sexual e intervir nos casos de bullying e agressões. Desse modo, poderemos desconstruir os valores arcaicos da sociedade e formar adultos civilizados, respeitosos e proporcionar acesso a educação para todos.