Título da redação:

A disciplina da normalidade

Proposta: Ensino sobre gênero e diversidade sexual nas escolas: necessidade ou doutrinação?

Redação enviada em 31/12/2016

É legitimado, em questões biológicas, a manifestação de características aos seres humanos que evidenciam o seu respectivo sexo desde sua fase embrionária. Todavia, conceitos assecla do gênero já não fazem tal correlação, por se vincularem a princípios sociais e mutáveis. No Brasil, a tolerância à diversidade de gênero nas escolas, constitui um impasse para a formação e consolidação dos indivíduos, tanto por pretextos etnocêntricos como por abjeções fundadas na antiguidade. O etnocentrismo, como uma forma de proeminência de sua cultura em detrimento de outra, constitui grande vínculo à intolerância enfrentada pelos LGBT's. Por se tratar de uma comunidade que ganhou seus direitos assegurados recentemente em lei, o preconceito ainda é demasiado e sua incidência filia-se na sua multiplicidade por questões da falta de discernimento, assim como temas vinculados ao machismo, faceiam da mesma concepção. A comunicação das escolas sobre o tema da diversidade de gêneros dispõe de grande opressão, em sua maioria correlacionada a questões religiosas, óbice esse que torna os jovens leigos e rejeitosos à problemática. Michel Foucault, em seu livro: História da loucura, evidenciou o louco como uma abjeção em dependência de uma norma social. Assim, é notório que, em uma relação com a sociedade contemporânea, quaisquer situações, culturas, sociedades ou indivíduos que desvinculam-se dos preceitos já habituados, tornam-se abjetos. Logo, esses devem ser disciplinados, advindo essa disciplina das escolas. Por essa linha de raciocínio, a prática de discussões a respeito dessa variedade de grupos, seria formadora de pensamentos errôneos. Destarte, justifica-se um dos obstáculos para a integração de assuntos sobre os diversos gêneros nas escolas, fazendo-o desprezível. É evidente que há uma urgência de rompimento com paradigmas arcaicos, para que se possa lidar com a heterogeneidade no Brasil. A Superintendência de Ensino deve integrar e dar apoio aos professores dispostos a transmitirem ensinamentos sobre gêneros para os discentes. A Associação brasileira de gays, lésbicas e transgêneros (ABGLT), em parceria com as escolas, jornais e revistas, deve promover eventos como peças teatrais, reportagens e conferências que abordem sobre as diferenças de gênero e a igualdade de tratamento que deve ser atribuída a tal, principalmente em locais destinados à educação e respeito, como o educandário.