No filme “Meninas Malvadas” a personagem principal teve educação domiciliar na África, mas ao retornar para os Estados Unidos começa a frequentar o ensino regular, a ideia dos pais era de que a filha pudesse se socializar com outros jovens e adquirir um conhecimento mais aprofundado. Assim como no longa-metragem o atual governo brasileiro pretende liberar o homeschooling no país, entretanto a questão pode promover rupturas sociais ainda maiores. Os defensores desse tipo de ensino argumentam que os pais como maiores interessados na educação dos filhos seriam capazes de oferecer uma instrução melhor, ou contratar tutores que estejam de acordo com suas perspectivas de vida. Ademais, que problemas de violência e bullying seriam motivos para incentivar a modalidade domiciliar. Não obstante, mesmo as instituições escolares tendo esses problemas, a escola ainda é uma instituição importante na formação dos futuros cidadãos, pois ela é o segundo ambiente de socialização, conforme Anthony Giddens, sendo assim possibilita a convivência e aprendizagem com o diferente, aprimorando a democracia. É importante considerar que ao permitir essa educação doméstica grande maioria dos pais não seriam capacitadas para educarem seus filhos, uma vez que o Brasil possui, segundo Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mais de 52 % dos adultos sem diploma do Ensino Médio. Por outro lado, muitos possam argumentar que a contratação de tutores seria a melhor opção, contudo mais da metade das famílias brasileiras ganham menos de um salário mínimo, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), desse modo, educar as crianças em casa e oferecer o mínimo que é ofertado na rede pública, parece ser financeiramente inviável. Se mesmo assim essa for a opção de alguns pais, uma grade curricular sobre os temas as serem estudados deve ser regulamentado, porém fica praticamente impossível do governo controlar se os menores estão de fato aprendendo o que supostamente deveriam. Por conseguinte, a educação domiciliar no Brasil parece ser uma opção que promoverá mais ausência do que de fato uma melhor instrução. Essa pode ser uma opção de ensino para o futuro, quando o índice de escolarização melhorar e haver mais pessoas capacitadas para educar seus próprios filhos. Nessa perspectiva, é fundamental que o governo Federal, amplie os investimentos na educação básica, a fim de formar cidadãos mais capacitados. Outrossim, os pais podem ajudar no aprendizado dos filhos matriculados nas escolas regulares, acrescentando com suas próprias experiências.