Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Ensino domiciliar em questão no Brasil

Redação enviada em 26/06/2019

Quando o ensino não era obrigatório, tampouco gratuito, costumava ser exclusividade das famílias ricas instruir os filhos em casa, dessa maneira a educação não era padronizada e sua qualidade estava intrinsecamente relacionada com o poder aquisitivo dos pais. Outrossim, ainda que tal prática não seja atualmente regularizada no Brasil, existem famílias que, geralmente por duvidar da validade da educação na escola, preferem educar seus filhos por si mesmas, ou seja, com o ensino domiciliar. Assim, essas pessoas pedem pela legalização da modalidade, baseando-se no direito da família sobre a educação da criança, mas, considerando que a socialização das crianças é afetada, além de ser uma prática que exige dinheiro, tornando-se elitista, as vantagens desse tipo de ensino são questionáveis. Em primeiro lugar, conforme aponta a Constituição Federal, o acesso ao ensino básico gratuito é um direito das crianças e adolescentes, ao mesmo tempo em que é dever do Estado. Isso implica na existência de uma Base Nacional Curricular, a qual serve de referência para as grades de conteúdos, portanto o ensino domiciliar deveria ministrar exatamente as mesmas matérias da escola, mas não há garantia disso, pois não existe ainda um programa de provas regulares para aferir o rendimento de quem estuda em casa. Logo, como é difícil manter um controle sobre o ensino domiciliar, ele não deve ser visto como uma alternativa viável. Ademais, como o número de alunos estudando em casa no Brasil é baixo, aproximadamente 7.000, segundo dados da Associação Nacional de Educação Domiciliar, eles não servem como parâmetro para medir a qualidade da prática, mas espera-se que seu aprendizado seja melhor, afinal eles têm aulas com professores particulares e longe do ambiente estressante da escola. Por outro lado, ao permitir o ensino domiciliar, o governo consente que famílias sem condições financeiras para arcar com um ensino de qualidade tirem os seus filhos da escola, também, é no ambiente escolar que muito casos de violência doméstica são notados, o que deixaria de acontecer. Dessa forma, percebe-se que, enquanto o Estado obriga os pais a matricularem seus filhos, essas crianças estão protegidas de uma maneira que não estariam no ensino domiciliar. Enfim, o ensino domiciliar não deve ser reconhecido no Brasil, mas é inegável que o sistema educacional precisa ser melhorado. Para tanto, cabe ao Ministério da Educação destinar mais verba para a infraestrutura das escolas públicas, com o intuito de torná-las lugares mais agradáveis para os estudantes, que devem vê-la como um ambiente convidativo. Ainda, os salários dos professores devem ser revisados e aumentados com maior frequência, a fim de que eles possam ter o conforto financeiro necessário para poderem fornecer um bom trabalho. Igualmente, as administrações das escolas devem atentar-se aos casos de violência escolar e buscar evitá-los, principalmente por meio de projetos educativos dentro do próprio colégio e com o treinamento da equipe para reconhecer e atender adequadamente casos dessa natureza. O efeito disso seria uma educação pública de qualidade que oferecesse a base adequada para a formação de bons cidadãos.