Título da redação:

Educação domiciliar como alternativa aos problemas da escola brasileira: é eficaz?

Proposta: Ensino domiciliar em questão no Brasil

Redação enviada em 12/08/2019

No filme "Capitão Fantástico", um pai vive isolado da civilização com sua família e é responsável pela educação moral e física de seus filhos em uma floresta. Nesse viés, as crianças sabem sobre direitos civis e conceitos filosóficos e são responsáveis por formular suas próprias críticas sociais, mesmo não possuindo nenhum contato direto com a civilidade. No Brasil, o ensino domiciliar é visto como alternativa aos problemas da educação tradicional brasileira. Entretanto, seu estabelecimento evidencia a limitação do contato social do indivíduo, bem como garante a pragmaticidade do ensino e acentua os problemas da escola. A princípio, é de extrema importância analisar a forma como o ensino em domicílio é responsável pela privação da sociabilidade individual. Conforme o psicólogo Vygotsky, o desenvolvimento intelectual de uma criança é estimulado pelo contato direito com o ambiente, no que diz respeito às interações socias construídas. Nesse sentido, a necessidade de desenvolver um aprendizado longe do ambiente escolar torna o individuo desprovido de contatos sociais mais amplos, como aspectos culturais de grupos variados, e de experiências que só podem ser desenvolvidas em uma instituição de integração socioeducacional: a escola. Dessa forma, a proximidade das relações socioculturais com a educação estimula não só a desenvoltura intelectual da crianças, mas também o convívio, diferentemente do ocorrido com os filhos do Capitão Fantástico. Em segunda análise, o ensino domiciliar é difusor da pragmaticidade e corrobora o agravamento dos problemas da escola. Na série "Titans", Dicky Graysson, o antigo Robin, torna-se violento devido à educação unilateral de seu pai, o Batman, o qual se tornou um assasino. Sendo assim, existe um interesse pragmático dos pais em direcionar o ensino, já que o aluno fica desprovido de opiniões, se tornando "ignorante" e, por vezes, manipulado como o Robin. Além disso, tal ensino intensifica o desvio dos problemas da escola, já que priorizar a educação domiciliar é demonstrar descompromisso com a educação escolar, pois desfoca a solução dos problemas, como violência e negligência, motivos para a alternativa do aprendizado. Logo, é necessário solucionar os impasses da escola para garantir uma educação coesa. Faz-se necessário, portanto, desenvolver medidas que visem mitigar os problemas da educação. Desse modo, o Governo Federal deve garantir um desenvolvimento escolar mais eficaz, por meio de garantias públicas, como o reajuste salarial de professores e o monitoramento da segurança, com o objetivo de uma maior integração de alunos e pais com o meio, não sendo necessária a "redução" da escola. Ademais, é dever da família fiscalizar as ações escolares indevidas passíveis de denúncia, com o fito de manter o ensino como o final de "Capitão Fantástico": uma assistência positiva e plural dos pais com o ambiente escolar.