Hodiernamente o Brasil passa por uma crise energética, a qual acarreta em blackouts periódicos, como a ocorrência de maior agravo da “crise do apagão” de 2001 e 2002. Essa problemática é ocasionada pela predominância no uso de hidrelétricas, dependentes do clima, e pela falta de estratégias no setor. Com isso, a energia nuclear surgiu como uma opção para a diversificação energética, mas, entre os principais empecilhos, destacam-se o risco de acidente e o destino do lixo radioativo. Em primeira análise, apesar de ser considerada uma fonte de energia limpa e altamente produtiva, os problemas decorrentes do material radioativo utilizado nas usinas podem ser catastróficos. Entre os principais acidentes nessas instalações, destaca-se a de Chernobyl e a de Fukushima, ocorrido em 2011 - as áreas contaminadas, em ambos os casos, permanecem inabitadas devido à radiação. Tendo isso em vista, apesar do Brasil possuir vantagem geográfica, pois a incidência de terremotos são ínfimos e de baixa magnitude, falhas humanas e de projeção é característico no Brasil, como o desastre em Mariana (2015), desabamento de ciclovias no Rio de Janeiro (2016) e a exposição de césio, em Goiânia (1987). Desta forma, demonstra-se a necessidade inicial de mudanças sistêmicas para a eficiência e eficácia de projetos sensíveis como esse. Além disso, ao contrário da inexatidão da probabilidade e da previsão de acidentes, os resíduos radioativos são indubitáveis. O destino incerto para esses dejetos é um dos maiores problemas presentes em Angra I e II, sem solução e que possui processo estagnado no Poder Legislativo. Os resíduos tóxicos podem trazer infertilidade do solo, câncer, alteração genética, má formação dos órgãos, entre outros problemas, e seu efeito contaminador pode durar por décadas ou séculos. Por isso, nenhum estado aceita o risco de receber o lixo gerado pelas usinas. Como supracitado, enquanto não houver destino efetivo para os resíduos produzidos pelas usinas nucleares, seu investimento será inconsequente. Sendo assim, o Governo Federal deve abrir licitações para a construção de usinas eólicas e solares para empresas privadas, pois é fato que a insuficiência na produção energética se tornou um gargalo para o desenvolvimento econômico. Além disso, é importante que o governo invista no Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação para o desenvolvimento de projetos que solucionem os problemas dos resíduos radioativos e busque por novas fontes de energia sustentáveis.