O Programa Nuclear Brasileiro iniciado efetivamente na década de 70 com a construção de Angra I e Angra II continua em pauta nas discussões referentes ao setor energético. O acidente em Fukushima no ano de 2011 e a crise hídrica no Brasil em 2014, levantaram inúmeras controvérsias quanto a retomada dos investimentos no setor. A consideração de alguns fatores que abrangem esse cenário, contribui para afirmar que a energia nuclear é a solução para o Brasil. Todas as fontes de energia dependem, de certa forma, da sua disponibilidade na natureza, inclusive as renováveis. Hidrelétricas dependem da chuva, biomassas das condições do solo, eólicas de um clima seco que proporcione ventos, solares da incidência de luz, entre outras que têm sido adotadas visando a sustentabilidade. Isso indica, que o uso de uma fonte deve ser diversificado uma vez que depende de diferentes condições impostas pela natureza. Mediante a esse fato, as termonucleares são uma opção favorável na medida em que as hidrelétricas não puderem atender a demanda em caso de escassez. A eficiência do uso dessa fonte para o Brasil recorre do fato de ser o país com a sexta maior reserva de urânio do mundo, além de fornecer uma energia relativamente mais limpa. As termoelétricas, que no Brasil, são usadas em casos emergenciais, liberam grandes quantidades de gás carbônio além de não fornecerem uma quantidade de energia que torne rentável o seu uso. Entretanto, considerando os altos riscos de contaminação radioativa, para que se torne viável, deve-se considerar algumas medidas: cursos e atividades devem ser oferecidos pela Eletrobras Eletronuclear, empresa responsável pelo setor, para o treinamento da população em caso de acidentes; áreas com uma distância segura devem ser demarcadas para eventual evacuação fazendo-se uso de sinalização e aparelhos sonoros para a alerta. No que se refere a formação de profissionais, é necessário, que as universidades brasileiras explorem de forma mais sistemática o setor de engenharia nuclear, investindo em pesquisas e projetos que corroborem para formação de profissionais capacitados, garantindo assim, a independência nacional na área. Todas esses fatores compõem um quadro vantajoso para o investimento do Brasil na geração de energia nuclear, que, se bem explorados, proporcionarão um vasto crescimento econômico, acompanhado de qualificação da mão de obra, oportunidades de emprego e desenvolvimento da tecnologia nacional, possibilitando o país de se tornar um futuro exportador, não só de matéria prima, mas de tecnologia.