O Brasil registrou o seu primeiro grande apagão da história em 1985. Oito estados brasileiros, mais o Distrito federal, foram atingidos pela queda de energia. Ao longo das décadas seguintes, outros episódios como esse aconteceram e, por isso, muito se debate qual a forma mais eficiente de produzir energia em um país com a possibilidade de uso de diversas matrizes energéticas como o Brasil. Todavia, diante da falta de um projeto coeso de eficiência energética, o governo se dispõe a investir em um meio caro de produção, baseado no discurso falho da ausência de emissão de poluentes no seguimento nuclear. Como citado anteriormente, afirmar que o processo de produção de energia elétrica a partir dos recursos nucleares não emite poluentes é errado. O minério de urânio, por exemplo, passa por um conjunto de etapas industriais as quais resultam em gases do efeito estufa. O estudo americano “Nuclear Power: The Energy Balance” corrobora essa argumentação, pois, concluiu que, considerando todo o ciclo de vida das centrais de energia, a eletricidade nuclear provoca muito mais emissões de gases nocivos ao ambiente que o gás natural consumido nas termoelétricas. Além do mais, os custos de montagem, utilização e desmontagem após o fim da vida útil dessas usinas são elevados. Segundo a Associação Brasileira de Energia Nuclear, só a construção de usinas nucleares chega a R$ 20 bilhões. Concomitantemente, há um intenso processo de concessão de subsídios por parte do governo às empresas líderes desses projetos – um estudo publicado pela National Geographic Brasil aponta para a pouca competitividade dessa matriz energética sem subsídios. Tal fato tende a resultar em um aumento das já altas tarifas de energia nas contas dos cidadãos brasileiros. Diante disso, o Governo federal precisa aliar-se aos setores de educação, indústria e aos consumidores como um todo, a fim de estabelecer um projeto coeso de eficiência energética. Isso pode ser executado por meio da união do setor público as universidades do país, pois, as pesquisas financiadas podem esclarecer qual é o melhor tipo possível de matriz energética para cada região. Em seguida, junto aos bancos nacionais, o governo pode conceder benefícios as indústrias dispostas a investir em energias eólica, solar e de biomassa. Ademais, através de campanhas em diversas mídias, as autoridades públicas podem instruir os consumidores a comprar equipamentos com selo verde - selo que atesta a preocupação da companhia com o meio ambiente.