A energia das hidroelétricas é a principal fonte energética utilizada pelo Brasil, o que não representa um problema, uma vez que o país tem grande potencial para essa forma de produção. Entretanto, quando se tem uma escassez de chuvas e os níveis de água caem, dá-se uma crise energética no país. Nesse contexto, emerge a ideia de complementar a matriz brasileira e uma grande candidata é a energia nuclear. No entanto, tendo em vista suas fortes consequências, essa forma de produção não se torna viável. Um primeiro motivo para a impraticabilidade da energia pelo urânio são seus grandes impactos em casos de acidentes. Isso porque, embora os riscos de acontecer sejam muito pequenos, ele ainda existe, como mostra o caso do acidente de Chernobyl. O pior acidente nuclear da história ocorreu devido a um superaquecimento irreversível em um dos reatores, de modo que promoveu uma liberação de uma quantidade letal de material radioativo. Essas substâncias contaminaram a água – tanto superficial quando de lençóis freáticos –, o solo e espécimes da região, de maneira que causou mudanças significativas no material genético delas. Assim, é inaceitável a vulnerabilidade que a instalação de usinas termonucleares traz à região e, destarte, não se deve ser uma opção muito considerada. Outra razão para rejeitar a ideia da energia nuclear é a falsa imagem dela ser uma energia limpa. Em outras palavras, por esse modo de produção elétrica não poluir a atmosfera, como as termoelétricas, ou invalidar uma vasta área, como a hidroelétrica, é passada como uma fonte energética sem danos à natureza. Todavia, ela causa problemas: o despache do lixo radioativo, ou seja, tudo que entrou em contato com a radiação, contaminado que pode contar outros; e o destino da água utilizada para resfriar os reatores. Isso se comprova, por exemplo, nas águas perto das usinas de Angra, no Rio de Janeiro, onde a água quente utilizada na usina é despejada e apresenta uma característica diferente de fauna e flora devido à diferença térmica da região. Dessa forma, é uma falácia afirmar que a energia atômica não causa danos ambientais visto que ela causa, mesmo que invisíveis aos olhos. Diante do exposto, é importante encontrar outras formas de energia complementares à matriz brasileira que não seja a termonuclear. Dessa maneira, é válido que o Ministério de Minas e Energia invista em pesquisas em universidades a fim de encontrar alternativas tão consideráveis quanto a energia nuclear, porém, sem seus danos sociais e ambientais. Além disso, o território brasileiro apresenta capacidade para a desenvolvimento de outras energias limpas: a eólica e a solar, as quais apresentam nenhum dos malefícios da nuclear. Portanto, é oportuno a instalação dessas fontes elétricas com o devido incentivo político e econômico. Desse modo, é possível o Brasil desenvolver seus modos de produção elétrica, acabar com as crises energéticas e ainda garantir uma harmonia socioambiental.