Lâmpadas. Ventiladores. Geladeiras. Celulares. Computadores. O século vigente é o século da energia. Contudo, o crescimento do consumo elétrico se choca com a crise energética atual. No Brasil, há quem defenda a utilização de usinas nucleares como a “luz no fim do túnel”. Por outro lado, alguns enxergam essa luz turva, ofuscada pelos malefícios que ela traz, o que mostra a complexidade e dualidade do tema. Em se tratando de energia nuclear, é valido lembrar as benécies desse sistema no país. Para começar, o Brasil possui a sexta maior reserva mundial de urânio, segundo a Infoescola, sendo a fissão dos seus isótopos a forma de obtenção de energia por tais usinas. Além disso, essas construções não emitem gases estufas, principal problema ambiental enfrentado nos dias atuais, já que esses gases (a exemplo do monóxido e do dióxido de carbono) potencializam a existência de buracos na camada de ozônio. Não obstante, a energia nuclear independe de fatores climáticos, ou seja, é produtiva o ano inteiro, diferente das hidrelétricas (importantes fontes atualmente usadas), que dependem da disponibilidade de água nos rios. Os malefícios da utilização de energia nuclear, em contraponto, são diversos e historicamente conhecidos. Antes de tudo, é imprescindível considerar o desastre de Chernobyl, uma das maiores tragédias ambientais da história, área que é isolada até hoje, ainda causando deformidades genéticas na população próxima. Análoga a tal tragédia, também ocorreu, em Goiânia, a contaminação de pessoas pelo césio 137, utilizado em radioterapias, que foi encontrado por catadores de lixo e teve sua cápsula violada, causando sérios problemas de saúde no local. Dentro tais problemas, o material radioativo pode causar cânceres, síndrome de down, albinismo, anemia e feridas que não cicatrizam. Ademais, a energia nuclear não é uma fonte totalmente limpa, pois, para poder controlar a temperatura dos reatores, é utilizada a água dos oceanos, líquido devolvido ao mar em altas temperaturas, o que altera toda a vida marinha do entorno. A complexidade dos prós e contras da utilização da energia nuclear no Brasil é algo a se por na balança. Certamente, a sua utilização não é a solução para a questão energética nacional, mas pode ser uma das chaves para alcançá-la. Isto é, ela deve ser vista como uma alternativa dentre várias que o país necessita ter, considerando que, para obter uma eficiência energética plena que se equilibre com a questão ambiental, é relevante possuir variedade de produção. Então, o Governo Federal precisa projetar a construção consciente de novas usinas nucleares balanceando com investimentos em energia eólica e barateando (com a redução de impostos) a venda de placas de energia solar para domicílios, o que irá atenuar a crise energética atual.