Em virtude dos debates a respeito do aquecimento global e da real condição energética brasileira, diversas formas de energia são analisadas para servirem como substitutas das atuais. Uma delas é a nuclear, que possui dois principais problemas: a limitação natural e o descarte de seus subprodutos. Em primeiro lugar, é importante destacar que os minérios radioativos são como qualquer outro: limitados. Por mais que o Brasil tenha uma das maiores reservas de urânio do mundo, ele vai acabar em determinado momento. Isso significa que creditar às termonucleares, exclusivamente, a salvação do país é repetir o mesmo ciclo de esgotamento que vem acontecendo com o petróleo. Outrossim, ressalta-se a questão do destino dos rejeitos utilizados em usinas. Essa situação é especialmente dramática porque elementos como plutônio e césio podem continuar reativos por anos e causam alterações cromossômicas e cancerígenas mesmo em pequenas quantidades. Assim, ainda que as indústrias os armazenem por um prazo, o descarte final — em geral, feitos por aterramento — oferece riscos de contaminação. Compreende-se, portanto, que a energia nuclear não pode ser considerada a única solução para a crise elétrica. Na verdade, o Governo Federal deverá realizar uma série de investimentos em infraestrutura de fontes renováveis como a eólica (com a implementação de parques em áreas do Nordeste) e a maremotriz (especialmente no Maranhão). Além disso, o setor privado poderá contribuir financeiramente em troca de incentivos fiscais. Dessa forma, o país conseguirá um equilíbrio entre preservação e autossuficiência.