Atualmente, há diversas manifestações para que o aprendizado em casa seja a solução para decadente educação brasileira. Entretanto, está garantido na Constituição Federal, que cabe obrigatoriamente ao Estado, o dever de garantir o convívio e educação escolar. Diante disso, precisamos discutir os principais problemas apresentados em uma educação domiciliar e garantir que a opacidade e falência do Governo não fiquem isentas de culpa do péssimo ensino brasileiro. Em primeira análise, uma didática educacional domiciliar, certamente privaria o convívio de crianças com diferentes etnias, crenças e culturas. Indubitavelmente, a criança quando vai à escola ela está não só está aprendendo a somar ou a dividir por exemplo, mas também aprende a conviver com diferentes pessoas. Segundo Karl Marx, pai da sociologia , o homem é um ser sociável e necessita estar ativo em determinado grupo para ser social. Neste prisma, pode-se observar que a criança dificilmente é ativa em casa, porém na escola ela é muito mais interativa, pois está com pessoas da mesma idade que compartilham do mesmo interesse. Dessa forma, a privação de crianças e adolescentes socialmente com outras, futuramente teremos adultos mais tímidos, que não conseguem trabalhar em grupo, intolerantes e preconceituosos, já que nunca tiveram contato com distintas culturas desde cedo. Em segundo plano, a estrutura domiciliar da maioria das casas brasileiras é inadequada para aprendizagem escolar. Para ilustrar, segundo o portal de notícias "G1", mais de 40% das casas brasileiras não tem acesso a internet, principal meio de pesquisas, e poucos são as que tem espaço adequado para o estudo. Tal fato acontece por conta da educação da sociedade brasileira que não enxerga a casa como extensão das escolas. Consequentemente, por conta da baixa renda da maioria dos brasileiros a criança e adolescente em casa acaba gerando mais gasto para a família do que na escola e o caminho para maioria é o trabalho infantil, aumentando assim a evasão escolar. Diante disso, urgem, portanto, medidas para melhorar o ensino público de educação para que manifestações como a de educação domiciliar fique de lado e os pais confiem totalmente no ensino em escolas. Cabe ao Ministério da Educação, junto as Prefeituras, organizar e explicar aos familiares a importância de relacionamentos para formação cidadã dos alunos, por meio de palestras abertas a população e cartilhas distribuídas nas escolas. Como também, é de responsabilidade do poder executivo junto com investimentos privados, destinar recursos para melhorar as condições das escolas: contratando mais professores, materiais, alimentações para período integral. Assim, será possível comportar mais crianças por mais tempo, tornando o sistema de ensino integral uma realidade ainda mais presente no país e reduzir a evasão escolar, trabalho infantil e formando cidadãos mais preparados para o mercado de trabalho.