No filme “Extraordinário” é exposta a vida de um garoto estadunidense que, devido à um problema genético, ele possuía o rosto deformado. Diante disso, sua mãe adotou o método da educação domiciliar para afastá-lo das mazelas do preconceito que certamente viria de outras pessoas. Caso isso ocorresse no Brasil, porém, sua situação seria diferente, pois há uma grande polêmica acerca da permissão do “homeschooling” em nosso país. Primeiramente, vale analisar as causas do crescente número de famílias que decidem ensinar seus filhos em casa. Sabe-se que os problemas das escolas públicas não se reduzem à infraestrutura: consistem na falta de materiais, de professores, constantes greves e atraso com relação aos conteúdos. Como forma de evitar tal educação precária, alguns familiares passam a educar suas crianças em casa, além de que é um meio para aproximar parentes. Portanto, entende-se que os indivíduos poderão possuir mais repertório e que aprenderão aquilo que é defendido pela moral e ética social. Sob outro ângulo, uma das funções da escola é oferecer um meio no qual os cidadãos aprendam a viver em sociedade e frente às disparidades entre uns e outros. De acordo com o Ministério da Educação, a doutrinação domiciliar fere a Constituição Brasileira, pois priva as crianças do convívio escolar, tornando-os ingênuos socialmente. Em contrapartida, não é considerada a melhor opção aquela na qual hajam sujeitos que não possuam um desenvolvimento intelectual como poderiam ter, devido à falta de competência do sistema de educação pública. Nesse contexto, é visível o número de pessoas que concordam com essa última ideia e que farão o que puderem para defendê-la. Em suma, vê-se que a educação em casa pode ser uma alternativa para lidar com os obstáculos impostos pela educação pública brasileira, mas que necessita, antes, ser analisada. Para isso, cabe ao Ministério da Educação, frente à sua função de coordenar as diferentes modalidades de educação prestadas de modo oficial no país, financiar pesquisas acerca desse tema. Isso seria feito por meio de editais oferecidos a pesquisadores da área de educação, a fim de serem obtidos resultados que revelem caso é favorável ou não a implementação da educação domiciliar em nosso país. Dessa forma, esses seriam apresentados às autoridades do Legislativo, para que, a partir de então, fossem debatidas regulamentações com base no que foi encontrado pelos estudos científicos.