Segundo a lei de diretrizes e bases da educação nacional (LDB), a educação escolar deve se desenvolver, predominantemente, por meio de ensino em instituições próprias. Porém no Brasil, o método “homeschooling” ou educação domiciliar se faz presente na vida de aproximadamente 15 mil crianças, gerando uma grande discussão e batalhas judiciais a quem defende a liberação dessa prática como direito. É inegável que as escolas do país enfrentam talvez a maior crise já evidenciada por conta da redução de verbas pelo governo federal, o alto índice de violência, a escassez de profissionais capacitados para ministrar aulas de qualidade e os constantes casos de bullying que afetam nossos educandos. Embora tenha sido considerado uma atividade ilícita pelo Supremo Tribunal Federal (STF), é direito dos pais escolherem a melhor maneira de educar seus filhos, uma vez que o sistema educacional brasileiro encontra-se falido, nunca conseguiu acabar com a evasão escolar e tão pouco alfabetiza as crianças na idade certa. Diante da má qualidade da educação os pais muitas vezes precisam pagar aulas particulares, o que gera gastos extras que vão além de suas capacidades financeiras. Além disso, a desculpa de que a educação domiciliar não proporciona as mesmas condições de interação e socialização, mascara a irresponsabilidade governamental e a falsa tentativa de “consertar” a educação brasileira. Diante desse contexto, a proibição não é o melhor caminho e ações que visem regulamentar de maneira que favoreça em especial as crianças e os adolescentes precisam ser revistas, objetivando fundamentalmente o bem-estar de todos. É necessário a reavaliação do caso, colocando em discussão os benefícios de uma educação diversificada, onde os pais possam contribuir de maneira integral no desenvolvimento dos filhos. Paralelo a isso a educação domiciliar permite que seja desenvolvido um plano específico para cada criança, onde seus reais interesses e dificuldades são valorizados, podendo os pais perceber de forma presencial a melhor forma de ensiná-los. Existem também muitos outros métodos de aprendizado e socialização que vão além da mera transmissão de conteúdos e aplicação de provas. Esses métodos englobam a experimentação, podendo ser ensinados dentro de casa, parques e demais espaços comunitários. Portanto, o mito de que criança só aprende na escola deve ser extinto e a educação domiciliar é uma prova ativa de que o ensino ultrapassa os portões da escola e vai além do ensino institucional.