Relativo à educação domiciliar como solução para o ensino brasileiro é possível afirmar que não representa, de forma alguma, a resposta para o problema não só pela impossibilidade de execução do projeto mas também pelo deturpamento de ideais envolvidos no processo da aprendizagem. Sabe-se que o foco da deficiência do ensino brasileiro está nas escola públicas, aonde estão os filhos dos mais humildes, e não nos colégios privados, aonde está, majoritariamente, a prole dos mais ricos. Nesse sentido, os mais pobres carecem não só de condições aquisitivas mas também de conhecimentos factuais científicos, o que pode ser visto ao analisarmos o baixo grau de escolaridade dessa classe. Logo, não é possível que os poucos favorecidos lecionem a outros iguais a eles, invalidando, dessa forma, à educação domiciliar como solução do problema, visto que os mais necessitados não seriam beneficiados e os ricos já não precisam de tal tratamento. Outrossim, o ensinamento em casa não se classifica como adequado para à germinação da pluralidade de ideias, tampouco para o desenvolvimento do pensamento crítico do aluno. Já que, a família por ser uma instituição específica e quantitativamente reduzida nunca seria capaz de mostrar todos os lados da moeda ao abordar um assunto, deixando assim, lacunas no conhecimento exposto. O sociólogo Auguste Comte expressa isso muito bem ao escrever que "o homem não é capaz de alcançar a neutralidade quanto ao seu objeto de estudo, sempre estando a par de seus pensamentos políticos". Analogamente, por mais que a família busque a imparcialidade [ quanto ao repasse da informação, de fato, nunca fará. Somado a isso, ela somente contribuiria para diluição do pensamento crítico do estudante. Como alternativa sustentável ao ensinamento no Brasil se deve, portanto, focar na reestruturação do sistema já vigente por meio de pesados investimentos nessa área com intuito de fornecer um ambiente funcional ao aprendizado e, principalmente, um treinamento que favoreça a prática dos professores voltados a integração com novas tecnologias, esses quais, de fato, poderão induzir um pensamento crítico nas nossas crianças e adolescentes. A fim de equiparar as desigualdades educacionais através de práticas que já foram aprovadas e que, sobretudo, são realizáveis as quais proporcionarão uma melhor qualidade de vida à população brasileira.