Título da redação:

Educação à deriva

Proposta: Educação domiciliar: solução para o ensino brasileiro ou fracasso do sistema?

Redação enviada em 13/05/2018

Historicamente, a educação sempre foi dotada de um caráter elitista, sendo considerada um luxo que apenas alguns poucos privilegiados podiam se dar. Com o progresso histórico e após as revoluções dos séculos XVIII e XIX, viu-se, pela primeira vez, a necessidade de mão de obra qualificada para se adequar ao novo modelo de produção capitalista, sendo assim foi criada a “educação de massa”. Dada a classe proletária, educação essa sem qualquer compromisso com o senso crítico ou mesmo filosófico, tendo então como finalidade o aumento da produção de bens de consumo e capital. Nos dias de hoje, após muitas lutas históricas, é possível dizer que o modelo educacional atual obteve grandes avanços em relação ao modelo do século XIX. Contudo esse modelo está longe de ser perfeito, sendo, portanto, alvo de muitas críticas, essas que, por sua vez, suscitam debates ao redor do tema. No centro desses debates, encontra-se o “homeschooling”, prática que consiste em um método de autoeducação domiciliar que está em constante crescimento no Brasil. Consequência da falha do sistema educacional em fornecer um ambiente escolar inclusivo - e até por muitas vezes seguro - para os alunos e professores. Além disso pesquisas recentes apontam que não há atraso dos alunos adeptos do “homeschooling” quando comparados aos alunos educados convencionalmente no sistema público. Constatação que reforça que a educação pública tem muito em que avançar, já que, ao mesmo tempo em que o homeschooling atualmente não fica atrás da educação pública brasileira, ele deve muito - assim como a educação pública brasileira – ao sistema educacional de países altamente desenvolvidos tais como Suécia e Noruega por exemplo. Essa discrepância tem de ser vencida para construir um país mais justo e digno. Reiterando o saudoso patrono da educação brasileira Paulo Freire “se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda”. Tendo isso em vista, é urgente que o governo tome para si a responsabilidade que é dele de governar para o bem comum, adotando medidas que continuem com os avanços que a educação alcançou nos dois últimos séculos. Tendo isso em vista, é necessário o direcionamento de recursos para o setor educacional de base, e para a educação de mestres, proporcionando, assim, um ambiente de crescimento mútuo de alunos e professores. É preciso também por meio da grande mídia e das mídias sociais a divulgação de campanhas de conscientização, mostrando que apenas por intermédio do convívio com o diferente é que a criança e o adolescente tornam-se verdadeiros cidadãos. Reforçando, dessa maneira, o diálogo entre pais e mestres tendo como objetivo final o crescimento não somente socioeconômico, mas também o crescimento humanitário. Só assim, será possível que construir uma pátria realmente educadora.