Título da redação:

A Incógnita da Doação de Órgãos no Brasil

Tema de redação: Dilemas da doação de órgãos no Brasil

Redação enviada em 28/05/2019

Com o advento da tecnologia inserida no âmbito médico, tornou-se possível a realização de procedimentos importantes como o transplante de órgãos que consiste num processo cirúrgico para reposição de células, tecidos, entre outros. Entretanto, fatores como a desinformação da sociedade acerca do assunto e o despreparo de profissionais da área médica no sentido de disseminar tais informações desencadeiam impasses que dificultam, e muito, a ascensão no número de doações de órgãos. Sendo assim, vale ressaltar que a escassez, ou a inexistência, de informações relevantes sobre a doação de órgãos gera dúvidas entre as pessoas e, consequentemente, a desistência dessas. Diante disso, elementos como a crença religiosa e o medo da reação da família são apontados como as principais causas para o recuo do doador. O primeiro atua no sentido de que os familiares preferem acreditar na melhora do ente, pois a crença em Deus alimenta a esperança da família que, por sua vez, espera um milagre, mesmo cientes de que o óbito será inevitável. No mais, o segundo está associado ao abandono da prática pelo doador em razão da rejeição dos parentes, uma vez que esses não concordam com o procedimento decorrente, muitas vezes, da falta de clareza nas informações sobre os procedimentos médicos. Portanto, nota-se o quão é necessário preparar os profissionais da saúde como agentes comunitários, auxiliares e técnicos de enfermagem e médicos para que atuem como educadores sobre o tema. Além disso, uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), revela um aumento significativo de 15,7% no número de doadores no primeiro semestre de 2017, se comparado com o mesmo período de 2016. Tipificando, assim, a urgência de profissionais preparados que atuem como educadores não só para os doadores, mas também para os familiares a fim fomentar a aceitação desses para os transplantes e, desse modo, modificar a opinião pública sobre os conceitos errôneos que são difundidos por diversos veículos de comunicação. Em outras palavras, a capacidade que os profissionais da saúde possuem em impactar a população sobre a prática cirúrgica é absurdamente maior do que qualquer outro setor e que, por isso, deve ser melhor desenvolvido. Evidencia-se, destarte, que medidas devem ser tomadas para atenuar essa problemática no Brasil. Nesse ponto, cabe ao Poder Público, juntamente com o Ministério da Saúde, estabelecer soluções plausíveis para a falta de doadores ativos, por meio de maiores investimentos em infraestrutura hospitalar, de modo a melhorar os recursos para os procedimentos envolvidos como fármacos, equipamentos e, sobretudo mais médicos. Somado a isso, o Ministério da Saúde deve promover e intensificar o preparo dos profissionais da saúde sobre as doações e os transplantes, objetivando sanar as possíveis dúvidas da população. Outrossim, encontros de debates ministrados por especialistas e pessoas que já se submeteram aos procedimentos, como doadores e receptores são fundamentais para auxiliar a sociedade a desmistificar as incógnitas remanescentes sobre o tema. Logo, certamente, medidas como essas são indispensáveis para mitigar esse cenário que assola o país.